Debate 1 - Comunicação com Deus

Você não precisa de intermediários para se comunicar com Deus

Ao neutralizar os fatores impeditivos da comunicação entre a mente pensante e o componente de Natureza Divina de si mesmo, este proporciona-lhe condições de se comunicar com Deus sem precisar de intermediários.

76 comentários:

  1. O texto a seguir não expressa a opinião dos mantenedores do blog e, tão somente, minha exclusiva opinião pessoal.
    Não acredito e não aceito a necessidade de intermediários entre eu e meu Criador. Somos dotados de uma conexão direta com Ele, sem a necessidade de intermediários que só fazem distorcer as mensagens. Podemos (e devemos) orar em qualquer lugar, no ônibus, no trem, deitado na cama, sem a necessidade de rituais, símbolos ou qualquer outra coisa ou pessoa. Basta conversar com Ele, você certamente será ouvido e, na maioria das vezes, atendido. Na maioria das vezes o “ser atendido” não será como você espera mas como precisa.
    Os sacerdotes de sua igreja sempre tentam fazer com que os seguidores acreditem que eles são os únicos dignos de intermediar a conversa com Deus. Uma pequena parte deles realmente acredita nisso, outra pequena parte sabe que isso é mentira mas não tem força para ir contra a maior parte, aquela dos que sabem que isso é mentira mas fazem uso disso para controlar os fiéis. Esse controle pode ser direcionado para qualquer objetivo que os sacerdotes desejem alcançar. Não seja gado nas mãos desses sacerdotes, liberte-se e fale diremente com Ele.
    A bíblia é um livro maravilhoso em si mas eu fico pensando sobre dois pontos, o primeiro é que quem conta um conto aumenta um ponto e o segundo, muito mais complexo, é sobre como o texto original deve ter mudado ao longo dos séculos. Antes da primeira versão da bíblia ser compilada seus textos estavam espalhados e antes disso eram passados oralmente, o que nos trás a minha primeira preocupação. Quanto a minha segunda preocupação basta pensar no processo de tradução para outros idiomas, muito pode ser perdido nesse durante a tradução. Pois o tradutor, que geralmente é também um sacerdote, pode modificar frases ou passagens inteiras para aquilo que ele acredita ser mais coerente ou para aquilo que melhor atende aos seus interesses. A bíblia não é um livro para ser levado ao pé da letra e seguido sem o devido pensar. Não digo que está errado, mas quanto das idéias originais não se perdeu no tempo, nas traduções? Sinceramente, acho perturbador isso.

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    1. Concordo plenamente com o escrito acima. Ninguém pode me intermediar com Deus, Somente eu posso fazê-lo, por mim. Também, para mim, é certo em relação à Bíblia. Os verdadeiros escritos estão nos porões do Vaticano. As nossas bíblias são feitas em gráficas, como dito quem conta acrescenta um ponto. De tempos em tempos ela é reescrita, atualizando o vernáculo. Vide a passagem: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus". Está descrito errado, com tradução errônea, pois confundem camelo com uma corda ou linha grossa.

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    2. Prezado Luís, sua manifestação de concordância com o ponto de vista do Eduardo reforça o entendimento que as religiões estruturadas e dirigidas por homens oferecem aos seus fiéis a noção de uma divindade que, por ser antropomorfisada, reveste-se das características do homem ideal.
      Por mais grandiosos, sublimes ou santificados que sejam os atributos desta divindade, é notório e indisfarçável que ela, a divindade, foi concebida pelos homens, contrariando a verdade conhecida pelos Profetas, que o homem foi criado por Deus.
      É a esta fundamental diferença que se refere o sábio e Filósofo Voltaire ao afirmar:
      “...aprendi também a amar a Deus, não aquele que os homens fizeram, mas aquele que fez os homens!”

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  2. “...aprendi também a amar a Deus, não aquele que os homens fizeram, mas aquele que fez os homens!”
    Esta afirmação atribuída a Voltaire aplica-se integralmente às considerações do Eduardo.
    Todavia, Não podemos afirmar que os escritores bíblicos tivessem intenções de nos enganar.
    Se nos oferecem uma divindade com características humanas, dotada de virtudes só possíveis de encontrar no "Homem Ideal", talvez seja porque as pessoas com quem se comunicavam na época não tinham condições de compreendê-los de outra maneira, e não porque desejassem manter estas pessoas distantes do conhecimento verdadeiro da divindade.

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  3. Os Sacerdotes (intermediários entre o homem e Deus) estarão exercendo seu sacerdócio de modo a impedir a comunhão do homem com o Divino? Por que fariam isso?

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  4. Deixo aqui o meu protesto contra tudo que foi dito antes.

    Recuso-me a aceitar a hipótese que exista algum sacerdote, até mesmo nas religiões mais primitivas e selvagens que induzem seus fiéis à violência e o genocídio, que seja capaz de fazer qualquer coisa para impedir o homem de se comunicar com Deus.

    Todos os sacerdotes pregam a comunhão do homem com Deus e prestam um grande serviço à sociedade, pois se não fosse pela atuação das religiões, viveríamos numa sociedade de lobos e não de homens.

    Vou ficar por aqui senão acabo por falar demais. Espero a opinião dos dirigentes deste blog.

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  5. Junto o meu protesto ao do Gaston Duvivier, porque reconheço que sem as religiões o homem seria ainda mais selvagem do que é e a insegurança e o medo tomariam conta de toda gente; voltávamos ao tempo do salve-se quem puder em que a lei era do mais forte, não haveria paz nem justiça e o homem teria de fazer justiça com as próprias mãos.

    Salve as religiões e todos os sacerdotes! Sem eles ninguém tinha salvação nem do corpo nem da Alma.

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  6. Não posso concordar a 100% que os sacerdotes tenham a intenção de impedir que seus fiéis comunguem com Deus.

    Quando muito, posso admitir que alguns sacerdotes (os que o são apenas no nome) para satisfazerem a vaidade de um ego medíocre e cego, que não tem capacidade para ver o mal que faz a si próprio ao fazer o mal ao seu semelhante, para manterem o status de superioridade com relação a outros homens, ou ainda para se beneficiarem dos privilégios que o sacerdócio oferece, apresentam-se aos seus fiéis como salvadores de suas Almas, com poderes para lhes perdoarem os pecados e como tradutores da Palavra de Deus, como se tivessem um diploma divino que lhes conferisse esse poder.

    Estes “sacerdotes”, sim, podem exercer seu “sacerdócio” de modo a manter seus fiéis na cegueira do obscurantismo, reduzindo-os a um estágio mental que remete a milhares de anos atrás, sem capacidade intelectual de perceberem além do que as aparências lhes mostram e dependentes de alguém que lhes diga o que devem pensar, falar e fazer.

    Este tipo de “sacerdote” (espécie em extinção, penso eu) é mesmo capaz de agir deliberadamente com a intenção de impedir o homem de comungar com Deus.

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  7. Sacerdotes com “um ego medíocre e cego, que não tem capacidade para ver o mal que faz a si próprio ao fazer o mal ao seu semelhante...”?
    Nenhum sacerdote é medíocre e cego, porque se fosse não seria sacerdote. Agora não entendi o que você quis dizer com “...mal que faz a si próprio ao fazer o mal ao seu semelhante...” Explique-se por favor, se for capaz.

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    1. Prezado Gaston, eu concordo com você quando diz que “Nenhum sacerdote é medíocre e cego, porque se fosse não seria sacerdote...” Quanto a isso, não há o que discutir. Agora, com respeito a fazer mal a si próprio quem faz o mal ao seu semelhante, tenho para lhe dizer que a relação de causa e efeito é inexorável. Como somos todos filhos do mesmo pai (falo do componente espiritual de todas as pessoas, é claro) e, por isso, cada um de nós é membro da grande família celestial, o mal que um fizer a qualquer dos seus irmãos, recai sobre o malfeitor, marcando seu Espírito de maneira mais intensa ou menos intensa em função do sofrimento que provocar no seu semelhante, tendo de passar, na vida do pós-morte, por um processo de regeneração dessas marcas, que será mais sofrido e por mais tempo, quanto maior tenha sido o mal que praticou.

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    2. Vou repetir o que disse antes, só para continuar este assunto: Admitindo que todos tem de pagar pelo mal que fizerem, seja nesta vida ou na vida após a morte do corpo, que mal poderia praticar um sacerdote capaz de atingir seu Espírito?

      Você se esquivou do assunto na sua resposta. Ficou entalado com a pergunta? Não tem o que dizer sobre este assunto?

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    3. Prezados Galileu e Gaston, este assunto, trazido a debate por vocês de modo tão insistente que repetem a mesma pergunta, pode abalar a fé e crença em que muitas pessoas se apoiam e de que precisam por se considerarem incapazes de caminhar pelos seus próprios pés. Por isso, vou tratar dele de modo respeitoso e suave, colaborando apenas para que cada um tire suas conclusões:
      O grande mal que a prática sacerdotal pode causar às pessoas, é manter os fiéis na dependência da interseção sacerdotal para aliviá-los do sofrimento que os aflige.
      Esta postura de intermediários entre o divino e o humano, reduz a autoestima das pessoas e faz com que se submetam cega e docilmente à orientação que recebem, sem coragem para se empenharem na busca de uma aproximação individual com o Divino.
      É claro que os sacerdotes de todos os credos precisam manter seus fiéis submissos, do contrário se assemelhariam a um general cujo exército o abandonou e ele ficaria sem soldados para comandar, ou seja, a função sacerdotal ficaria esvaziada e eles, os sacerdotes, teriam de se ocupar de outras funções.
      Mas daí a terem legitimidade para impedir os fiéis de descobrirem a Centelha Divina que todos possuem e a qual constituiu seu elo de ligação com Deus, vai uma distância abismal e ao fazê-lo, seja de forma consciente e deliberada ou inconsciente por simples ignorância do mal que fazem, cometem um grande “pecado” que certamente atingirá seus espíritos e pelo qual terão de pagar na vida após a morte do corpo.

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  8. Eu nunca li nada que fale sobre a relação de causa e efeito espiritual, seu estudioso da Bíblia Sagrada, sou católico praticante, mas estudo também outras religiões e crenças e nenhuma oferece esse entendimento; por isso nem imagino de onde você tirou esse entendimento. Mas admitindo que as coisas são como você falou, que mal poderia praticar um sacerdote capaz de atingir seu Espírito?

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    1. Eu não estou falando apenas do mal praticado por falsos sacerdotes. O que disse antes aplica-se a qualquer pessoa, seja sacerdote de qualquer religião, ou simples fiel praticante, ou ainda o ateu convicto, que não acredita que Deus existe nem que existe qualquer divindade.
      Todas as pessoas, independente de crença religiosa, quer sejam doutores ou analfabetos, príncipes ou plebeus, ricos ou pobres, sacerdotes ou bandidos, rigorosamente todos terão de pagar pelo mal que fizerem ou pelo bem que deixarem de fazer.

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    2. Admitindo que todos tem de pagar pelo mal que fizerem, seja nesta vida ou na vida após a morte do corpo, vou repetir a pergunta: que mal poderia praticar um sacerdote capaz de atingir seu Espírito?

      Você se esquivou do assunto em sua resposta anterior. Ficou entalado com a pergunta? Está sem ter o que dizer sobre este assunto?

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  9. Mas a função de qualquer Sacerdote é intermediar a relação do homem com Deus. Que mal pode haver nisso?

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    1. Não haveria nenhum mal se essa intermediação fosse libertadora; mas se for geradora de dependência, é altamente perniciosa.

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  10. Como assim, geradora de dependência? Pode explicar melhor?

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    1. Sempre que uma pessoa se apresenta para nós como se fora melhor ou superior, seja porque é mais rico, mais sábio, mais esbelto, mais artista, mais atleta, mais dotado de santidade, etc., alimenta o sentimento de menos valia com relação ao componente que admiramos naquela pessoa, mas negamos em nós. Isto faz-nos eleger aquela pessoa como nosso ídolo.
      Sabemos que a idolatria reduz o auto estima individual e nos torna apáticos, deixamos de buscar nossa evolução e autoaperfeiçoamento, preferindo buscar respostas para nossas dúvidas e incertezas na pessoa que idolatramos.
      Se nossa idolatria estiver relacionada com o campo religioso, assume contornos mais cruéis, de vez que delegamos a outrem a tomada de decisão quanto ao que devemos cultuar, quando e como dirigir nosso pensamento e nossas orações ao Divino e nos submetemos dócil e passivamente à orientação que recebemos.
      Aquele a quem confiamos o direito de decidir por nós reveste-se de grande poder e regalias deste decorrentes. Regalias que não quer perder, pelo contrário, deseja aumentar; conforme é fácil constatar através de superficial digressão pelos fatos históricos, sejam milenares ou contemporâneos.
      O fascínio pelo poder temporal, que impregna pensamentos e ações daqueles que se deixam cegar por ele, não lhes permite sequer cogitar do sofrimento porque terão de passar seus Espíritos na vida após a morte do corpo e não hesitam em manter seus fiéis seguidores na cegueira do desconhecido e, não raro, mantém estes fiéis subjugados pelo medo de castigos terríveis, que este grupo de sacerdotes (espécie em extinção, espero) lhes incutem, juntamente com promessas de dadivosas recompensas na vida do pós morte se seguirem fielmente seus mandamentos.
      A submissão idolátrica é altamente nociva por tolher o ânimo de cada um para buscar sua autoevolução, autoaprimoramento e autoconhecimento, que pode culminar no encontro da Centelha Divina que todos possuem, a qual constitui seu elo de ligação com Deus, libertando-se da dependência de quem quer que seja, mesmo que seja o sacerdote a quem atribui dons divinos.

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  11. Mas muitas pessoas ainda precisam de alguém que lhes diga o que devem fazer e pensar, principalmente em matéria religiosa. Para estas pessoas a atuação sacerdotal também é nociva?

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    1. Não. Para estas pessoas a atuação sacerdotal é altamente benéfica, salutar e necessária.

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  12. Não entendi. Parece que você caiu em contradição: antes você afirma que os sacerdotes terão de pagar, na vida após a morte do corpo, pelo mal que fizerem aos seus fiéis; agora você diz que a atuação sacerdotal é altamente benéfica, salutar e necessária?!

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  13. Vamos ver se a gente se entende:
    para as pessoas que ainda se encontram num estágio evolutivo primário, que precisam que alguém lhes diga o que devem fazer e pensar, principalmente em matéria religiosa, reitero a afirmação que a atuação sacerdotal, seja qual for o credo a que se consagre, é altamente benéfica, salutar e necessária; porque sem ela ficariam completamente perdidas, sem noção de certo e errado, justo e injusto, bem e mal e vai por aí afora.
    Mas para as pessoas que superaram o estágio evolutivo primário, têm discernimento próprio para conduzirem seus passos pelos caminhos do bem, da verdade, da justiça e amor ao próximo, estas pessoas estão muito perto de estabelecerem uma relação consciente com a Centelha Divina que possuem e, através desta, encontrarem a VERDADE QUE LIBERTA.
    Qualquer atuação inibidora desta autodescoberta e decorrente autorrealização, mesmo que essa atuação seja movida pelos mais sadios ou santificados propósitos, é nociva por ser geradora de dependência idolátrica, capaz de impedir o crescimento individual.
    Se esta ação sacerdotal for deliberada e intencional, para atender conveniências de manutenção do poder temporal, status social ou ostentação de superioridade, seja intelectual ou de santidade, os sacerdotes que a praticarem cometem graves “pecados”, pelos quais terão de pagar na vida após a morte do corpo.

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  14. Diante da constatação descrita em sua resposta, você diria que a função sacerdotal é um mal necessário?

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  15. Sim, mas esta afirmação precisa ser entendida corretamente. Vejamos: Para as pessoas que já alcançaram um nível de conhecimento que lhes permita o reconhecimento de certo e errado, bem e mal, justo e injusto, etc., mas acima de tudo estabeleceram algum tipo de contato com a Centelha Divina que possuem e, por isso mesmo, são impelidas à prática do bem, da verdade, da justiça e do amor ao próximo, a prática sacerdotal que induza ao entendimento de que precisam de um intermediário para se comunicarem com Deus, constitui um GRANDE MAL.
    Todavia, para as pessoas que ainda se deixam tolher pelo medo do desconhecido e, por isso, sentem necessidade da “proteção” de alguém a quem atribuem poderes para protegê-las, a prática sacerdotal é ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIA.

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  16. Senhor Zeferino Gabriel, venho aqui para lhe dizer que não aguento mais ficar calado diante de tantos absurdos presentes neste debate. É sua obrigação esclarecer completamente todos os pontos que tenho para lhe apresentar. Mas eu não quero um discurso longo, do tipo que argumenta para me convencer das suas “verdades”. Dê respostas curtas, diretas e objetivas, mas eu quero enviar minhas questões para seu endereço de e-mail, tal como faz o Totman da Silva no debate de n° 2. Pode me enviar seu endereço de e-mail?

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    1. Caro Gaston, seus pontos de vista, contestações, críticas, pedidos de esclarecimentos e tudo mais que expresse seu livre pensamento, será tratado com o maior respeito e carinho pela equipe do Conselho Editorial, que se empenhará para ajudá-lo a encontrar as melhores respostas para seus questionamentos.
      É claro que pode enviar seus comentários por e-mail, de modo a que possamos dialogar em privado antes de expormos publicamente sua opinião. Nosso endereço é: cons.editorial@gmail.com.br

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  17. Gaston Duvivier, por e-mail: Prezado Zeferino, sua resposta de 14 deste mês leva ao entendimento que a ação sacerdotal só é necessária para as pessoas menos dotadas de inteligência ou, se preferir, pessoas incultas, incapazes de discernimento próprio a respeito do Divino.
    Você mantem este entendimento? Quais são seus argumentos a respeito?

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    1. Sim. Eu mantenho o entendimento que o homem, em seus componentes biológicos, psicológicos e cognitivo-intelectuais, está longe de ser obra perfeita e acabada e mais longe ainda está de ter sido criado à imagem e semelhança de Deus.
      Basta um olhar retrospectivo antropomórfico para perceber que o homem de 3.500 anos atrás é significativamente diferente do homem atual; assim como a história nos dá conta de uma convivência social que nada tem a ver com a de nossos dias.
      A única coisa que se mantém igual no homem das cavernas e no atual é o componente de Natureza Divina.

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  18. Gaston Duvivier, por e-mail: Mas se o componente de Natureza Divina é igual no homem das cavernas e no homem atual, este componente Divino não deveria evolucionar o homem, desde o tempo das cavernas, tornando-o no mínimo igual ao homem mais evoluído dos nossos tempos?

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    1. Não, meu caro Gaston. Nossa modelagem sociocultural nos induz a submeter tudo ao julgamento da nossa Razão lógica. É essa indução natural que o leva a supor que o Espírito tem poderes para atuar sobre a estrutura material/intelectual humana, de maneira a deixá-la em condições de expressar a totalidade do potencial do componente de Natureza Divina do homem.
      Aqui reside um grave equívoco, de vez que ocorre exatamente o contrário, ou seja, é a estrutura material/intelectual do homem que interfere na atuação do seu Espírito, oferecendo-lhe condições de uma atuação plena ou impedindo-o desta atuação plena.
      Numa exemplificação vulgar, podemos dizer que o Espírito está para o homem assim como o motorista está para o veículo que ele dirige. Por outras palavras, por mais hábil e competente que seja o motorista, se o automóvel estiver avariado, seja com pneus furados, seja com falta de combustível, ou com motor batido, enquanto o mecânico não efetuar os reparos necessários, o motorista, por si só, não consegue levar seu veículo ao destino.

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  19. GD – Você está querendo dizer que a matéria é mais forte que o Espírito?
    Eu sempre ouvi dizer que é o Espírito quem projeta o corpo em que ele irá atuar na próxima reencarnação!
    Não estou afirmando que acredito nisso ou deixo de acreditar, mas para sustentar esse entendimento, os estudiosos falam em arquétipos humanos criados por seres espirituais e até afirmam que “...assim como em cima também em baixo...” O que Você tem a dizer sobre isso?

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    1. ZG –, Desculpe se frustro suas expectativas, meu caro Gaston, mas por respeitar e defender intransigentemente o direito de outros pensarem de modo divergente do meu, não vou alimentar nenhuma polêmica sobre crenças ou convicções de quem quer que seja.
      Assim, vou me limitar à sua primeira interrogação, para lhe dizer:
      Não se trata de competição entre Matéria e Espírito, em que para um vencer o outro terá de ser vencido. Trata-se, isso sim, de reconhecer que Matéria e Espírito são duas metades que, juntas, formam um todo uno e indivisível que é o ser humano.
      O “Projeto Ser Total”, de que este blog é parte, tem como objetivo principal incentivar cada um “mergulhar” no interior de si mesmo em busca da sua Centelha Divina (seu Espírito), harmonizar sua mente com ele de modo a receber dele o conhecimento que a Faculdade Racional não tiver capacidade para produzir ou adquirir.
      Mas deve empreender esta conquista por seus próprios meios e pelos métodos com que melhor se identificar, sendo igualmente válida sua prática religiosa, quer a realize através da oração, da meditação, ou qualquer outro meio, e nem faz diferença se o método é esotérico ou exotérico.
      A via científica também é válida (embora muito mais difícil e mais demorada) de vez que, alcançada a plenitude do saber científico, a Faculdade Racional cessa de oferecer respostas, o que cria condições para que o conhecimento científico inovador lhe chegue por intermédio do seu componente espiritual.

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  20. GD – A sua resposta deixou em aberto um número grande de tópicos tão interessantes que quase me deixei fascinar por um deles, mas isso não aconteceu. Eu prometo que volto a este assunto para questionar sobre “Ser humano resultante de duas metades”; “harmonização da mente com o espírito”; “Conhecimento transmitido à mente pelo Espírito”; “Limites da Faculdade Racional”; “Método esotérico e exotérico – diferenças e semelhanças”, etc.
    Fiquei fascinado por todos estes assuntos e prometo que vou questionar cada um deles, mas primeiro preciso saber o que você pensa sobre Arquétipos humanos. Não que eu não tenha minha opinião, mas preciso conhecer a sua para ver em que pontos nos identificamos ou em quais divergimos, para que nossa comunicação vá por caminhos mais planos.
    Por favor, não fuja do assunto arquétipos, ele é muito importante para mim.

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  21. Prezado Gaston. Não tenho uma grande contribuição a lhe oferecer sobre Arquétipos Humanos. Sou leigo no assunto.
    O entendimento que, a meu ver, melhor elucida a questão, foi produzido pelo consagrado Psicanalista Karl Jung, conforme se pode ler no texto abaixo, enviado pelo internauta Araken. A quem envio meus sinceros agradecimentos:

    “ARQUÉTIPOS E MITOS”

    “Uma técnica tão antiga quanto o ritual, que envolve o uso de símbolos, é a ativação e manipulação de arquétipos.
    Arquétipo é uma experiência, ou um padrão de experiência, básica, comum a toda a humanidade.
    A linguagem é um produto do intelecto e da racionalidade, mas os arquétipos e os padrões de arquétipos transcendem o intelecto e a racionalidade.
    Consequentemente, em geral é por meio de símbolos que eles encontram sua expressão mais direta, porque um símbolo não faz apelo apenas ao intelecto, mas despertam os níveis mais profundos da psique, o que os psicólogos chamam de "inconsciente".
    Os símbolos podem operar isoladamente ou em conjunto, produzindo um conjunto de efeitos.
    Quando organizados numa narrativa coerente, ou num enredo, os símbolos se tornam o que chamamos "mito".
    A palavra "mito" não deveria ser usada no sentido de ficção ou fantasia, pois ela implica ao contrário, algo extremamente mais complexo e mais profundo.
    Os mitos não foram criados simplesmente para entreter, mas para explicar as coisas, para justificar a realidade.
    Para os povos antigos - babilônicos, celtas, gregos, egípcios, etc. - mito era sinônimo de religião, o que abrangia o conhecimento humano, o que classificamos de ciência, filosofia, psicologia, história, etc.
    Como os símbolos que o compõem, um mito pode ser pessoal ou coletivo.
    O mito pessoal dispensa comentários, pois todo o homem tem sua própria explicação da realidade. Num nível coletivo, pode haver figuras que gozam de uma condição mítica, mesmo quando estão vivas, intensificando-a em virtude de sua morte.
    A maioria dos mitos coletivos tem tanto um aspecto arquetípico quanto um aspecto puramente tribal.
    Um mito arquetípico reflete certas constantes universais da experiência humana. Uma virtude singular do mito é que ele pode ser usado para unir pessoas, ao ressaltar o que elas têm em comum.
    Os mitos tribais, em contrapartida, enfatizam não o que os homens têm em comum, mas o que os separa.
    Em vez de levar ao autoconhecimento, os mitos tribais apontam para fora, buscando um bode expiatório, um adversário externo para lançar sobre suas costas tudo o que se quer repudiar.

    Ao longo da história, as religiões se valeram de mitos e, na maioria das vezes, usaram essencialmente o mesmo mito, enfatizando seus aspectos tribais ou arquetípicos, para gerar confiança e, em troca, conferir um sentido para sua existência.
    Um dos motivos simbólicos e míticos de mais forte ressonância é o do apocalipse. Por vezes é empregado como arquétipo para induzir, como uma preliminar para o "juízo final". Por vezes é apresentado como explicação para os mais variados males reais, imaginários ou previstos. Por vezes é usado para intimidar as pessoas, para tirar proveito de sua culpa, quebrar sua resistência e arrancar confiança. Por vezes é utilizado de maneira tribal, criando uma pretensa elite dos que asseguram sua "salvação", em contraste com a massa dos "condenados". E por vezes chega a servir de pretexto para a perseguição dos supostos "condenados", como aconteceu no período da Inquisição.
    Segundo Jung, um mito está para a humanidade geral assim como o sonho está para o indivíduo.
    O sonho mostra uma verdade psicológica para a pessoa, em contrapartida, o mito mostra uma verdade que se aplica a toda humanidade.
    O homem só se renova pela essência; as imagens míticas constituem o veículo para que os padrões arquetípicos do inconsciente coletivo se manifestem no consciente do ser humano e o ajudem no seu processo de transformação.”

    Bibliografia: "A Herança Messiânica", Editora Nova Fronteira.

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  22. Gaston Duvivier, por e-mail: Obrigado pelo post sobre arquétipos. Agora volto ao assunto principal para lhe dizer que sempre soube que Deus fez tudo que existe e que o ser humano, sua melhor criação, foi criado à imagem e semelhança de Deus. Logo, não comporta diferenciações, tudo no homem foi criado por Deus.
    Agora você vem dizer que “Matéria e Espírito são duas metades que, juntas, formam um todo uno e indivisível que é o ser humano”!? Como se Deus não tivesse criado igualmente todos os componentes do homem!?
    Me poupe dessa bobagem, por favor.

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    1. Meu caro Gaston Duvivier, posso entender sua explosão de inconformismo, mas não posso concordar com ela.
      A herança social, cultural, religiosa e familiar que modela nosso caráter, define nossa personalidade e nos leva a aceitar passivamente “verdades” que não ousamos questionar; também nos oferece o risco de considerar de procedência divina o que não passa de elaboração humana.
      É muito envolvente o modelo que a sociedade nos oferece, principalmente se aceitarmos o rótulo de menos valia, se assumirmos a condição de “pecadores” e aceitarmos a acusação de culpados pelo sofrimento Daquele que padeceu na cruz para nos livrar dos nossos “pecados”, oferecendo-se em imolação para nos oferecer a Salvação.
      Lembre-se que a proposta/objetivo deste blog é incentivar o autoconhecimento e decorrente libertação dos condicionamentos que nos modelam e aos quais nos conformamos, inviabilizando o encontro e convívio harmonioso da nossa mente pensante com a Centelha Divina que todos possuem.

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  23. Senhores, tenho as minhas convicções, que se compartilho é porque o assunto é muito interessante.
    Acredito, baseado em meus conhecimentos/estudos, que o corpo (matéria) é um templo do espírito, isso quer dizer que, o e3spírito para fazer os trabalhos/desígnios de Deus precisa estar pousado/morando/habitando uma matéria.
    O templo do espírito, que é o corpo, por isso precisa ser preservado, por isso diversas religiões abominam diversos vícios que prejudicariam esse complemento de Deus. Isso quer dizer excessos, bebidas, fumo, orgias, etc.

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    1. Meu caro, já agora companheiro de jornada rumo ao autoconhecimento, obrigado pela disposição colaborar com seus conhecimentos para que a caminhada para dentro, cada um de si mesmo, seja mais suave e mais gratificante.
      Respeito integralmente suas convicções, solidamente embasadas em seus conhecimentos/estudos.
      Todavia, encorajo-me a convidá-lo(a) a indagar de si mesmo a respeito da realidade que transcende o que a Faculdade Racional pode compreender e explicar, disponibilizando sua mente para receber o que seu espírito (sua Centelha Divina) tem para lhe dizer.
      Compare as informações que lhe chegarem por esta via com as obtidas através de seus estudos e fique com as que considerar melhores. Festeje se umas confirmarem as outras, tendo nesta confirmação um indício claro que você acessou a fonte do saber daqueles que produziram os conhecimentos que embasaram suas convicções.
      Continue alimentando nossa busca pelo conhecimento do que verdadeiramente é, para não cairmos na ilusão do que parece ser.

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  24. Gaston Duvivier, por e-mail: Você fugiu do assunto por quê? Afinal, no seu entendimento, Deus criou ou não criou igualmente todos os componentes do homem?

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    1. . Meu caro Gaston, Os precursores da evolução histórica da humanidade foram e continuam sendo os baluartes de uma sociedade que saiu da barbárie para a civilização.
      Todavia, nem tudo que os precursores da evolução produziram tinha o fulgor da genialidade.
      Humanos que eram, tiveram seus momentos geniais intercalados por produções puramente intelectualizadas, resultantes de análises comparativas e deduções lógicas; assim como adequaram seus ensinamentos à capacidade de compreendê-los pelas pessoas a quem se destinavam e às conveniências de ordem social da época; até porque tinham por finalidade melhorar as condições de vida em sociedade.
      Seja por conveniência sócio-educativa ou por deficiência intelectual, fato é que o homem de todos os tempos sucumbe à necessidade de atribuir a entes imaginários aquilo que não tem capacidade para compreender nem explicar.
      Porque a maioria das pessoas vivem na fase DUAL, nossos precursores decidiram atribuir procedência divina a todo o bem e procedência satânica a todo o mal.
      Como não tem capacidade para compreender o todo da criação, dizem que Deus criou todas as coisas, sem perceberem a infantilidade dessa afirmação. Ou seja, se Deus criou todas as coisas, criou as boas e as más, as saudáveis e as doentes; a uns deu vida e a outros deu morte mesmo antes de nascerem, o que nega a própria essência da divindade.
      A condição de SER TOTAL proporciona o conhecimento da origem da vida, e o faz com tanta precisão e detalhes que descreve o processo de criação de vida material, assim como mostra a criação da vida espiritual.
      Fico por aqui para não sufocar ninguém com demasiadas informações. Caso o assunto desperte interesse, podemos retornar ao mesmo.

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  25. Dois Deuses diferentes, mas com histórias muito parecidas
    Odin, Deus dos Escandinavos, ficou 9 dias preso em uma árvore. Ferido por sua própria espada, aguentou o sofrimento e conseguiu pegar as Runas, ampliando seu conhecimento e o levando a desejar beber água na fonte do conhecimento. As Runas, para os Nórdicos, são o alfabeto que guarda os mistérios do universo.
    Jesus Cristo, Deus dos cristãos, foi pendurando em uma cruz, teve seu peito transpassado por uma espada, e, antes de morrer, perdoou seus algozes porque eles não sabiam o que estavam fazendo. Jesus afirmava que o conhecimento só era possível através de Deus e aqueles homens estavam afastados de Deus. Por isso, Jesus morreu para reaproximar os homens de Deus. Sua morte o conduziu – e deveria conduzir os homens - ao conhecimento.
    Na alta idade média, os escandinavos eram considerados pagãos pelos cristãos. Os cristãos, por outro lado, eram considerados estranhos pelos escandinavos. Sabendo disso, o que as duas histórias dos Deuses desses povos nos permitem pensar? Afinal de contas, como pessoas tão diferentes podem ter tido ideias tão parecidas sobre conhecimento, sofrimento e redenção? Será que existe uma fonte de conhecimento? Será que essas nações tão diferentes tiveram acesso à mesma fonte? Mas como esse acesso ocorreu? Será que realmente precisamos dos Deuses, sejam eles europeus do norte ou do sul, da África, da Ásia, das Américas ou da Oceania para acessarmos esse conhecimento?
    Afinal, que fonte é essa? Será que ela existe mesmo? Ou tudo é apenas coincidência ou fruto de nosso desejo inocente de explicar o mundo e o conhecimento?


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    1. Desculpe pela demora, mas compromissos inadiáveis impediram-me de analisar seu comentário antes.
      Caro Rodrigo, muito obrigado pelo enriquecimento que trouxe a este debate com suas considerações e um muito obrigado mais forte ainda por se juntar àqueles que, como eu, estão empenhados na busca da verdade que liberta.
      Seu comentário suscita a seguinte reflexão:

      Um olhar NÃO tendencioso através da História mostra que o homem de todos os tempos e em todas as civilizações, sempre sucumbiu ao que você chama “desejo inocente de explicar o mundo e o conhecimento”.
      Este mesmo olhar não tendencioso também mostra que a sede de poder, o egoísmo e a vaidade, sempre estiveram presentes no pensamento, palavras e atos daqueles que, para ganharem o aplauso das multidões, se lhes apresentavam como os “iluminados transmissores da palavra de Deus”.
      Também não hesitaram em antropomorfisar a divindade (“...feito à imagem e semelhança de Deus...”, atribuindo-lhe todo o bem, todo poder, toda glória, toda a sabedoria, toda bondade, toda benevolência, o mais elevado senso de justiça e a maior capacidade de amar que deve ter o Homem Ideal, concebido pela racionalidade humana.
      Racionalidade. Esta sim, é a grande impulsionadora da evolução humana, responsável pelas grandiosas conquistas científicas e tecnológicas que nos proporcionam o conforto e bem estar dos tempos atuais, assim como a eficiência e rapidez com que nos comunicamos uns com os outros.
      Mas também é a racionalidade humana o mais poderoso fator impeditivo da atuação plena do componente de natureza divina (Fonte de Conhecimento que transcende a materialidade) que todas as pessoas têm e que, não fora o impedimento que lhe impõem os sentidos carnais, poderia trazer à consciência os conhecimentos que se situam no Plano Absoluto em que atuam os Seres Espirituais, os quais, em razão dos impedimentos que sofrem, intervém na vida de todas as pessoas de modo incompleto e parcial...

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  26. O texto abaixo, de autoria de Totman da Silva, contém a íntegra da resposta com que este atendeu solicitação de Gaston Duvivier, no diálogo entre eles publicado na página do facebook: @sertotalprojeto

    "Caro Gaston, você pede exemplos; eu posso citar dezenas e até centenas de exemplos, mas todos são evidentes por si mesmo e até poderiam passar o entendimento que subestimo a inteligência dos que nos lêem. Por isso lhe direi apenas que um assassino, ao planejar seu próximo homicídio, elabora pensamentos relacionadas com o ato que pretende praticar e, conforme indicado, seus pensamentos produzem ondas que podem ser captadas por espíritos de propensões homicidas, os quais viajam em sentido contrário ao da propagação destas ondas e encontram a pessoa que produziu aqueles pensamentos, certo?!

    Pois bem, esta ligação do homem com o espírito que se identifica com seus propósitos, certamente encoraja o assassino a praticar o ato que planejou, podendo mesmo admitir que tem aprovação do plano espiritual, do qual receberá proteção e até certa isenção de culpa, de vez que poderá se esquivar da mesma com o argumento que cumpriu ordens do seu mentor espiritual!?

    Nesta linha de considerações, podemos incluir o ladrão, que não hesitará em praticar o seu roubo sem nem cogitar se o objeto a ser roubado fará muita ou pouca falta ao seu legítimo proprietário e, em sendo dinheiro, se estava contado para comprar mantimentos ou remédios para si ou algum filho doente.

    De modo semelhante, o governante ou gestor de coisa pública também não hesitará em desviar para o próprio bolso ou bolso daqueles que o mantém no poder, verbas destinadas à educação, segurança dos cidadãos de bem, saneamento básico e até saúde da população carente, pouco se importanto se alguém vai morrer na fila de um Posto de Saúde porque não tinha médicos ou se faltavam remédios de pronto atendimento, ou até mesmo material para primeiros socorros. Estes governantes também poderão se sentir encorajados a práticas desta natureza e similares, como a corrupão, seja ativa ou passiva, recebendo polpudas propinas de prestadores de serviços em troca de favorecimentos e cumplicidade em fraudes, que elevam muito o custo de obras públicas e consequente falta de dinheiro para custear serviços essenciais à população de baixa renda, a qual sofre, chora e geme de dor, com o que o governante corrupto não se importa, até porque, tendo estabelecido contato com seres espirituais maléficos através das ondas de seus pensamentos enquanto planejava as ações que desenvolveria ao assumir o cargo público, se exime de culpa ou responsabilidade, de vez que estará sob influência destes seres espirituais maléficos, dos quais recebe inspiração, força, proteção e coragem para assim proceder!?

    Como vê, meu caro Gaston Duvivier, a sociedade em que vivemos está repleta de exemplos que poderiam ser citados aqui para ilustrar meus argumentos, os quais vão desde a mentira, hipocrisia, falsidade, traição, inveja, egoísmo, agressividade e vai por aí afora, numa diversidade tão grande quanto a capacidade do homem para produzir pensamentos nocivos, seja para si ou para o seu semelhante. Mas é escusado destacá-los porque são evidentes por si mesmo; o que me preocupa é o fato destes pensamentos produzirem ondas que possam ser captadas por seres espirituais com que se identificarem e estes poderem agir junto das pessoas que produziram estes pensamentos, de modo a levá-las a achar que a culpa não é delas e sim dos espíritos que as influenciaram para praticarem estas ações.
    O que você tem a dizer?!"

    Totman da Silva

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    1. Caro Totman,
      Quando eu pedi exemplos, só pretendia uma contextualização para nosso bate-papo ficar mais esclarecedor, seja para nós ou para aqueles que nos lêem, mas você foi muito além disso e traçou um quadro muito completo da realidade em que vivemos e com a qual sofremos.
      Você pergunta o que eu tenho a dizer, num tom meio desafiador, e deixa transparecer que a divulgação do conhecimento relacionado com ondas de pensamentos pode encorajar a prática do mal, considerando que espíritos maléficos podem captar as ondas produzidas por tais pensamentos, viajar em sentido contrário ao da propagação destas ondas e encontrar a pessoa que pensou dessa forma, ficando em condições de atuar junto dela, de modo a realizar os desígnios deles (espíritos do mal), assim como os desígnios da pessoa malvada.
      Também indica em suas considerações que estas pessoas assim influenciadas podem se eximir de culpa pelos seus atos, sob alegação de que foram os espíritos do mal que as levaram a matar, roubar, fraudar, mentir, etc., etc., etc..
      Eu quase entendi que você condena a divulgação destes fatos, como se o tomar conhecimento deles os tornassem mais graves. Foi isso que você quiz dizer?
      Se estou certo em meu entendimento, posso lhe assegurar que é exatamente o contrário! Explico em 4 pontos:
      1. O pensamento produz ondas, quer a pessoa tenha consciência disso ou não;
      2. Os espíritos que se identificarem com o pensamento produzido, podem viajar em sentido contrário ao da propagação destas ondas e localizarem a pessoa que produziu aquele pensamento, adquirindo condições de atuar nesta pessoa de modo a realizarem os desígnios deles, espíritos, e até induzirem a pessoa ao equívoco de achar que realiza os desígnios dela, pessoa.
      3. O fato de não ter conhecimento desta realidade não impede a produção das ondas desses pensamentos, nem a tuação desses espíritos junto de quem assim pensou.
      4. Por outro lado, o ter consciênica desta realidade pode constituir um poderoso incentivo a NÃO PRATICAR O MAL, o que faz com que deixe de pensar no mal e, via de consequência, não produzir pensamentos maléficos, o que livra a pessoa do assédio e atuação do espíritos de propensões maléficas.
      Como pode ver, meu caro Totman, sua preocupação pela divulgação dos conhecimentos relacionados com ondas de pensamentos e efeitos daí decorrentes, conquanto seja justificável e meritória, não tem razão de ser e até lhe peço que ajude a divulgar este conhecimento, na certeza de que estará prestando um serviço da maior relevância e contribuindo para a evolução da espécie humana.
      Com afeto,
      Gaston Duvivier.

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  27. T — Caro Gaston, agradeço seu pronto esclarecimento mas lhe asseguro que está longe de esgotar o assunto. Essa coisa de ondas de pensamentos, viagem de espíritos em sentido contrário ao da propagação destas ondas até localizarem a pessoa que produziu o pensamento, etc. e tal, dá pano pra mangas e eu quero esclarecer tudo, tim tim por tim tim. Proponho mesmo um bate-papo informal entre nós, que pode ser por e-mail e, depois de chegarmos a um consenso, enviamos o resultado da nossa conversa para os administradores do blog, os quais deciderão se tem conteúdo que mereça ser publicado ou não. Se não vierem a publicar, pelo menos serviu para mim, de vez que terá o mérito de afastar minhas dúvidas e me proporcionará a aquisição de um conhecimento que eu não tenho. Você concorda? Podemos iniciar nosso bate-papo informal?
    G — Estou de pleno acordo. Pode dividir suas dúvidas comigo, que eu o ajudarei no que puder. Quem sabe, suas dúvidas podem ser iguais às minhas e nos esclarecemos mutuamente?
    T — Começo dizendo que fiquei impressionado com a maneira como você se referiu a ondas de pensamentos. Parece que domina o assunto e isso me intriga, explico: eu sou apaixonado por filosofia e ocultismo, já li milhares de livros, principalmente ligados à cultura oriental, e não encontrei nenhum texto que afirme isso de maneira tão categórica como você o fez em sua resposta. Onde você obteve esse conhecimento?
    G — Este assunto é tratado com riqueza de detalhes nos livros “Ser Total”, Volumes I e II, em diversos trechos, tanto do vol. I como do vol. II, nos quais o autor, ou melhor, a Centelha Divina do autor, por este denominada de “DP”, se desloca através das ondas de alguns pensamentos que encontra no Plano Abosoluto e localiza diversas pessoas no momento em que pensavam daquela forma. A descrição que faz dos diferentes tipos de ondas, vigor ou fragilidade das mesmas e seu potencial de propagação, não deixa dúvidas a respeito, seja quanto à sua existência de fato, seja quanto à impotência humana para impeder que estas ondas sejam criadas.
    T — Eu tenho esses livros. Confesso que dei uma lida meio superficial, achei tudo meio fantasioso e não dei muita “bola” pro assunto. Vou dar uma olhadela de novo e volto a falar com você, pode ser?
    G — OK. Aguardo seu contato.

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    1. T — Voltei, caro Gaston. Podemos continuar nosso bate-papo?
      G — Vamos lá. Encontrou tudo que procurava?
      T — Tudo, não. Encontrei alguma coisa, mas acho que você pode me ajudar. A matéria é muito extensa e eu estou muito ansioso. É por isso que venho pedir sua juda. Posso abusar da sua boa vontade?
      G — Fique à vontade, diga o que quer sem rodeios e não me poupe. Eu prometi colaborar e vou cumprir minha promessa. Não hesite em perguntar, até porque eu não tenho dificuldade nehuma para dizer que não sei.
      T — Você pode citar exemplos em que o DP do autor, ou algum espírito, tenha viajado em sentido contrário ao da propagação das ondas de pensamentos e encontrado a pessoa no exato momento em que assim pensava, com indicação das páginas em que estas ocorrências são relatadas?
      G — Os exemplos são muito numerosos e diversificados, tanto no que se refere à simples constatação do fato pelo DP do autor, quanto no que se refere à demonstração de seres espirituais intervindo diretamente no pensamento e ações de diversas pessoas. De quais destes fatos você pede exemplos?
      T — De ambos, se for possível. Não precisa se alongar muito, basta indicar os fatos e páginas em que eles são tratados de modo mais completo.
      G— OK. “Ser Total” Vol. II pgs. 32: “O primeiro movimento produzido pela desintegração das ondas de pensamentos que chegaram naquela esfera, foi suficiente para penetrarmos nele e viajarmos através dele até ao grupo de pessoas que os produziram: um pequeno grupo de homens que, sentados em torno de uma grande mesa de formato oval, planejavam a distribuição do produto do assalto que mandariam fazer ao carro forte que transportaria valores de um Super Mercado para a agência de um Banco, na cidade de Virgínia, nos Estados Unidos da América.” e: “Os pensamentos que chegaram a esta camada foram produzidos por pessoas que mentem deliberadamente, com o propósito de enganarem outras pessoas…”
      Ainda, Pg. 34: “…pude reconhecer nas ondas de pensamentos que ali chegavam, que ela era produzida por pensamentos de vaidade.”
      Ainda quer mais exemplos?
      T — Por hoje chega. Deixa eu digerir este entendimento e voltamos ao assunto, ok?
      G — Combinado.

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    2. T — Você citou exemplos de ondas produzidas por pensamentos de vaidade e de mentiras. De fato, nas páginas indicadas, anteriores e seguintes, o assunto é tratado de forma bastante completa e até faz sentido lógico. Também é possível viajar nas ondas de pensamentos de pessoas que cometem assassinatos e suicídios?
      G — Com certeza!
      T — Onde encontro esclarecimentos a respeito?
      G – Terá de admitir, sem qualquer preconceito ou negação, que é possível se deslocar pelo Plano Absoluto através da Substância Simples, e penetrar na esfera redentora das marcas destes delitos, aonde chegam as ondas de pensamentos daqueles que os cometeram ou pensam em cometê-los. Este meio não é nada agradável, está disposto assim mesmo?
      T. Quero, sim. Só não entendi você achar que eu nego qualquer coisa antes de conhecê-la. Também não me detenho ante o desagradável, estou interessado no assunto e quero conhecê-lo em toda a sua profundidade. Diga logo onde isso é tratado, por favor!
      G — Se é assim, vá para a página 129 e seguintes do livro “Ser Total” Vol. I, em que se descreve o ambiente onde permanecem os espíritos dos assassinos e suicidas. Se, depois disso, você se mantiver interessado em encontrar as pessoas no momento em que pensavam em praticar esses atos, podemos voltar ao assunto, OK?
      T — OK. Eu volto a falar com você.

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    3. G.D. - Claro que o assunto desperta interesse e muito, pelo menos em mim. Por favor, informe com clareza o que é a condição de Ser Total. Só depois é que eu quero saber como é o processo de criação de vida material e como se dá a criação da vida espiritual.
      Z. G. - Caro Gaston, por solicitação do Totman, esclareço: por condição de Ser Total devemos entender a possibilidade do Espírito (Centelha Divina) de cada pessoa, interagir de modo consciente com a Faculdade Racional da mesma pessoa, transmitindo-lhe os conhecimentos que ela procura e sua racionalidade não foi capaz de elaborar nem obter.
      G.D. – Agora sim, começa a clarear meu entendimento a cerca do que vimos tratando neste espaço. Agora já me sinto encorajado a perguntar como é o processo de criação de vida material e como se dá a criação de vida espiritual.
      Espero com ansiedade por suas respostas.

      Z.G. – Ok. Como já deve ter ficado claro, essas respostas só podem ser oferecidas por quem desfrute da condição de Ser Total, concorda?
      Pois bem, esta condição foi desfrutada por Gabriel Flamens, o qual descreve a criação de vida material de modo a ensejar o seguinte entendimento:

      De um ponto no universo emana Substância Simples, que se propaga em todas as direções e enche todo o espaço que lhe fica abaixo.
      Ao atingir determinado nível de afastamento do seu ponto de origem, a Substância Simples adquire capacidade para se modificar, parte dela se modifica transformando-se no primeiro elemento do primeiro núcleo do primeiro átomo; está criada vida material...; mas a existência deste corpúsculo era fugaz e instável, quase no mesmo instante em que se formava se desintegrava, voltando à condição de Substância Simples; sendo que este ser e não ser quase instantâneo criava tensão na porção de Substância Simples circundante, que levava parte dela a se modificar para dar origem a outro corpúsculo diferente do primeiro, do qual se aproximava e interagia com ele, proporcionando estabilidade e equilíbrio assecuratório de maior durabilidade aos dois.
      Esta narrativa da criação de vida deixa claro que a Substância Simples é a Fonte de Vida de tudo que existe no plano material. Também informa que a mesma Substância Simples está dentro e entre tudo que existe e, como tem condições para se modificar, criando novos corpos materiais que sejam necessários ao complemento dos já existentes, os precursores da nossa evolução, ao tomarem conhecimento desta realidade, transmitiram-na da maneira que melhor significava aos seus contemporâneos. Assim, na cultura ocidental a conhecemos pelo nome de Alma, mas também oferece sustentação para o que se convencionou chamar de onipresença de Deus.
      Já na cultura oriental recebeu diferentes denominações, sendo traduzida por uns como Prana, por outros como Energia Vital e alguns a denominam de Alma Universal, o que equivale ao conceito de onipresença de Deus.

      De tudo isso decorre o entendimento que, se aquilo a que Gabriel Flamens chama de “ponto no universo” for denominado de Deus, podemos concluir de forma razoável que Deus criou indiretamente tudo que existe no plano material. Consequentemente, criou indiretamente todos os componentes materiais do homem.

      A citação de Gabriel Flamens justifica-se por se tratar de um Ser Divinal em viagem pelo Plano Absoluto, ao qual foi para responder o seguinte questionamento proposto pela pessoa a quem pertence:

      “80. Quem sou eu? De onde vim?
      O que faço aqui? Quem, neste momento, vos apresenta estas perguntas?...”

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    4. G.D. – Eu sei que você encontrou esse entendimento no livro “Ser Total” Volume 1 – pgs. 63, editado pela Chiado Editora em 2017, mas apesar de ser brilhante e muito esclarecedora sua descrição do processo de criação de vida material, faltou responder a segunda parte do meu questionamento: como se dá a criação de vida espiritual? Pode responder agora?

      Z.G. - Foi o mesmo Gabriel Flamens que elucidou a criação dos Seres Espirituais, mostrando que os mesmos foram criados diretamente por Deus, do que resulta o entendimento que Deus criou indiretamente os seres materiais e diretamente o seres espirituais.
      Isto fica claro no seguinte texto, extraído do Livro “Ser Total – Vol. I”, pg. 82 e seguintes:

      “POSSIBILIDADE DE VIAJAR AO PASSADO, AO FUTURO E VIVENCIAR O PRESENTE

      80.150. “Estamos no ponto onde podes viajar ao passado, como o fizeste antes, e ver até o início da criação do universo em seu plano material. 80.151. Podes ir ao futuro e ver como ele será ao se completar a obra do Criador através de seus agentes como tu e eu. 80.152. Podes vivenciar o presente, através do que tomas conhecimento de ti mesmo, de outros seres da tua espécie, do mundo ao qual te destinas, das necessidades e carências desse mundo e das tuas possibilidades de suprir essas necessidades e carências; com vistas ao encontro dos elementos equilibradores das diferentes partes de que cada ser humano é constituído. 80.153. Sem dúvida, este vivenciar o presente é o que maior proveito te pode trazer, mas poderás fazê-lo sempre que o desejares ou precisares para o cumprimento da tua Missão na Terra. 80.154. O que agora pretendo mostrar-te é o teu nascimento, pois tens ânsia de conhecimento de todas as coisas, inclusive de ti mesmo, e tens necessidade de mostrar isso aos humanos para que te acreditem e, dessa forma, possas tu cumprir a tua missão junto deles.” ...

      G.D. – Por favor, eu preciso de um tempo para organizar meus pensamentos. Sei que esta descrição continua porque já li o “Ser Total”, mas só agora alcancei a sua significação mais profunda e começo a ficar embaralhado. Esta coisa de me mostrar o meu nascimento me parece completamente descabida. Como eu posso ver o meu nascimento se eu ainda não nasci?!

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    5. G.D. — Foi difícil! Tive de desistir de dar respostas racionalizadas a esta questão para que essa ideia, em princípio absurda mas instigante e que me proporcionava estranho bem estar comigo mesmo ao pensar nela, chegasse à minha consciência com sinais de procedente e importante, me devolvendo a disposição de continuar querendo mais informações. Agora podemos continuar.

      Z. G. — Então vamos lá. A descrição do Gabriel Flamens prosseguiu e preciso lhe pedir paciência para ir até o fim dela, por mais descabida ou fantasiosa que lhe pareça. Se conseguir não interromper, tem boas chances de compreender e aceitar com naturalidade o fato de poder presenciar o seu nascimento antes de você ter nascido!!

      MOVIMENTO DE APROXIMAÇÃO DA FONTE DE VIDA
      80.155. Mal acabou de pronunciar estas palavras, começamos a nos movimentar para cima, em rigorosa vertical. 80.156. A porção de substância simples ia ficando cada vez mais distante. 80.157. A porção de substância luminosa que descia do cimo do cone ia ficando mais brilhante, e mais, e mais; já atingíamos o nível do cimo do cone e começamos a nos aproximar dele, em rigorosa horizontal. 80.158. À medida que nos aproximávamos, a substância luminosa ia perdendo a cor prateada e ia ficando transparente. 80.159. Já me sentia envolvido por ela. 80.160. Estava dentro dela, mas eu não era ela, pois conservava a noção da minha forma, da minha individualidade; além disso, podia ver e sentir a presença do meu acompanhante.

      PERDA DA NOÇÃO DE MIM MESMO

      80.161. Aprofundávamo-nos mais e mais dentro dela, até que tive a nítida sensação de que estava descendo. 80.162. Era uma descida lenta, suave e eu podia ver tudo em volta; sentia agora o movimento de subida da substância transparente e me dei conta de que estava descendo pelo cone de onde saía a substância luminosa. 80.163. Eu e o meu acompanhante descíamos pelo cone suavemente e isso me proporcionava uma sensação de bem estar indescritível. 80.164. Não era êxtase, não era prazer nem satisfação; não era nada comparável com qualquer coisa que eu já tivesse sentido antes. 80.165. Felicidade plena talvez seja o termo que melhor defina o que eu sentia. 80.166. Descíamos, até que chegamos a um ponto que me pareceu ser a base, no centro desse cone. 80.167. 80.168. Paramos ali. 80.169. Tudo era luminoso e brilhante. 80.170. Em dado momento, meu acompanhante afastou-se de mim e ficou do meu lado esquerdo. 80.171. Olhava-me com simpatia e isso me dava uma agradável sensação de que ele me protegia. 80.172. Isso era agradável e confortador porque eu me sentia muito só e começava a perder a noção de mim mesmo. 80.173. Já não tinha mais o domínio da minha vontade, não percebia mais meus contornos, não me dava conta de onde eu estava, mas podia vê-lo com expressão sorridente, coisa que nunca tinha visto antes nele; mas isso me dava alento e confiança; como que me fazia sentir para não relutar, não resistir a nada que eu viesse a sentir. 80.174. Confiei plenamente nele e tive uma súbita sensação de desmaio. 80.175. Foi como se a substância luminosa em meio à qual estava, me sorvesse, me tragasse, me possuísse e eu deixasse de existir. 80.176. Já não via nada, não tinha noção de nada. 80.177. Eu não tinha mais consciência de mim mesmo, por isso não sei nada do que aconteceu depois.

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    6. G.D. – É muita loucura o que você me pede para aceitar como verdade! Como posso admitir que um ser que não existe continue relatando o que aconteceu com ele, se ele não existe?!
      Z.G. — Lembra que no início desta conversa eu lhe pedi para ter paciência e não julgar nada antes de chegar ao final da narrativa?

      G.D. — Lembro, mas não consegui. É doideira demais para a minha cabeça! Dá até raiva o emaranhado de ideias absurdas e descabidas. Acho melhor a gente parar por aqui e não falar mais nisso.

      Z.G. — Se esse é o seu desejo, eu respeito e desisto de lhe mostrar o que só pode ser visto com olhos da ”Alma”. Como você insiste em ver com os olhos da carne, a gente não tem nenhuma possibilidade de se entender.

      G.D. — Que coisa é essa de olhos da “Alma”? Eu só tenho os olhos da cara, ou você está se referindo à minha cegueira mental? Está me chamando de incapaz de compreender as coisas com raciocínio lógico? Isso até me ofende, viu?!

      Z.G. — Desculpe se o ofendi, eu só estou respeitando seus limites racionais e lógicos, mas lembro que existe uma forma de entender sem ser através da racionalidade lógica.

      G.D — De quê que você está falando? Ou você se explica ou paramos por aqui com esse assunto. Ainda tem algo a dizer?

      Z.G. — Tenho, mas sei que você não vai aceitar se achar que sou eu que estou dizendo. Por isso, peço para lembrar da resposta de Nosso Senhor Jesus Cristo aos Apóstolos: “Quem tiver olhos de ver, que veja; quem tiver ouvidos de ouvir, que ouça...”

      G.D. — Você está relacionando este assunto com os ensinamentos do Mestre dos Mestres?!

      Z.G. — Não. Apenas estou indicando que existe a possibilidade de qualquer pessoa obter os conhecimentos que procura e sua Faculdade Racional não for capaz de lhe oferecer.

      G.D. — Dá o que pensar. Preciso de um tempo para arrumar tudo na minha cabeça.

      Z.G. — Ok. Se desejar voltar ao assunto, é só me procurar.

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    7. G.D. — Voltei! Confesso que tentei parar com este assunto, mas não consegui. Essa coisa de “olhos da Alma” não saiu da minha cabeça, e quando você se referiu à citação de Cristo “...quem tiver olhos de ver...”, aí é que aumentou minha vontade de me aprofundar mais neste assunto. Nada disso faz sentido na minha cabeça, mas eu me sentia muito bem com essa ideia, como se alguma coisa em mim a aplaudisse, ou melhor, como se você estivesse se comunicando com alguma coisa dentro de mim sem eu ter o controle do que vocês estavam dizendo!!! Como eu devo entender isso?

      Z.G. — O melhor entendimento disso você só vai encontrar se perguntar a essa “coisa” dentro de você e se tornar receptivo ao que ela tiver para lhe dizer. A sua narrativa me faz acreditar que podemos continuar aquele assunto, podemos?

      G.D. — Podemos, claro. É para isso que estou aqui.

      Z.G. — Então preste bem atenção, ou melhor, não preste atenção, simplesmente deixe a narrativa dos fatos fluir pela sua mente sem tentar entender nem julgar até que a narrativa esteja concluída. Aí, sim. Como tudo vai ficar gravado em sua memória, você poderá se lembrar de tudo e analisar seu significado, aceitar o que lhe fizer sentido e rejeitar o que não conseguir compreender. Lembre-se que você é livre para escolher e construir sua verdade na justa medida do seu entendimento. É livre também para alterar sua “verdade” no momento que reconhecer que cometeu algum equívoco ou conseguir compreendê-la com maior profundidade.

      G.D. — Entendi. Mas sua explicação foi grande demais e me deixou ansioso. Vai direto ao assunto, por favor!
      Z.G.— Está bem, aqui vai a continuação da narrativa do Gabriel Flamens no livro “Ser Total Vol. I”, pg. 84 e seguintes:

      DIANTE DE UM SER CUJA LUMINOSIDADE E TRANSPARÊNCIA EXCEDIA TUDO QUE JÁ VIRA ANTES

      80.178. Só me lembro de algo quando me vi de pé, diante de um ser cuja luminosidade e transparência excedia tudo o que já presenciara. 80.179. Um tom prateado definia-lhe os contornos. 80.180. De aspecto humanoide, como se de pé, diante de mim, pois eu não me via, nem sabia que forma eu tinha. 80.181. Só sabia que eu existia naquele momento, porque me dava conta de estar diante daquele ser, que se dirigia a mim e me fazia sentir que era de mim que ele se ocupava.

      VIVENCIAR O PRÓPRIO NASCIMENTO

      80.182. Primeiro me dei conta de que eu existia isoladamente, pois podia perceber a presença daquele ser próximo de mim; depois fui tomando noção de que eu começava a sair daquele ser, como se ele se duplicasse, a um só tempo o corpo todo. 80.183. Agora já via dois seres, um junto do outro, sendo que um deles era eu e o outro, aquele do qual eu saí. 80.184. Ele não falava, mas me fazia entender tudo que...
      G.D. Por favor, para agora! Me dá um tempo para eu conseguir recuperar meu equilíbrio. Esta narrativa me deixou meio tonto e sinto uma agitação interior como nunca senti antes.
      Z. G. OK, fique à vontade. Quando quizer continuiar, é só me falar.

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    8. G. D. — Votei, amigo. Estou cheio de novidades!
      Z. G. — De onde vem tanta euforia, o que aconteceu?
      G.D. — Aconteceu que eu encontrei a resposta para a pergunta que mais me inquietava.
      Z. G. — E qual era a pergunta que o inquietava?

      G. D. — Aquela do nosso bate-papo anterior: “...como eu posso ver o meu nascimento se eu ainda não nasci?!” Lembra-se?
      Z. G. — Lembro, claro. E como ou aonde encontrou a resposta?
      G. D. — Eu me enchi de coragem e continuei lendo, mas agora sem julgar nem condenar nada antes de entender tudo. Logo na página 88 do livro “Ser Total” Vol.I foi formulada pergunta semelhante à minha, a qual obteve a mais esclarecedora resposta. Posso ler pra você?
      Z. G. — Se não for muito grande, pode.
      G. D. — Não é grande, não. Aqui vai:
      “ 04-11-87:
      Não entendi a afirmação: “Só me lembro de algo quando me vi diante de um ser cuja luminosidade...” porque o meu nascimento só aconteceu depois. Como podia estar de pé diante de alguém, se eu ainda não havia nascido?”
      A resposta foi a mais completa e esclarecedora:
      “Naquele momento não eras tu e sim uma projeção da tua capacidade de perceber, a qual se integrou a ti logo que se completou o teu nascimento. 81.2. Tu não te viste de pé diante de um ser. 81.3. Tu disseste isso porque estavas acostumado a te referires a ti como um todo de aspecto corpóreo, mas naquele momento não possuías esse aspecto corpóreo. 81.4. Para deixar isto mais claro, devo dizer que a única parte de ti que não sofreu desintegração plena, foi a tua capacidade de perceber; por isso ela conservou a noção da tua imagem.”
      Agora entende a razão da minha alegria? Eu consegui entender sem precisar de ninguém para me explicar. Agora tenho disposição para continuar lendo e analisando o “Ser Total”. Quem sabe, eu consigo obter essa condição?
      Z. G. — Parabéns, amigo, pela disposição de enfrentar suas dificuldades. É assim que se envia estímulos às camadas mais internas e mais sutis da estrutura neuronal, levando à ampliação da capacidade de compreender pela ativação dos neurônios já existentes ou pela criação de novos neurônios. Fico muito alegre por você. Mas não deixe de partilhar comigo suas novas conquistas.
      G. D. — Pode deixar. Eu me acostumei a dividir com você o meu sucesso e, mais importante ainda, a encontrar em você o companheiro em quem encontro apoio e esclarecimento. Em breve voltamos a nos comunicar

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    9. G.D. — Aqui estou eu de novo para lhe pedir desculpas.
      Z.G. — Desculpas de quê?!
      G.D. — Por eu ter interrompido o assunto no ponto em que ele ganhava maior profundidade e significação.
      Z.G. Você não precisa se desculpar, apenas deve reconhecer a sua necessidade de submeter tudo à sua compreensão racional e lógica.
      G.D. — Eu reconheço isso, mas preciso me liberar deste condicionamento. Você me ajuda?
      Z.G. — Se eu puder fazer alguma coisa nesse sentido, terei grande alegria com isso, mas entendo que você está lidando com o que tem demais legitimamente seu; um ambiente tão íntimo que ninguém conseguirá acessar em condições de lhe oferecer entendimento melhor do que você mesmo poderá obter.
      G.D. — Já ajudou. Vou enfrentar minhas dificuldades e aceitar com naturalidade aquilo que eu puder conquistar por mim mesmo. Começa a ficar claro na minha cabeça que eu estou em processo evolutivo. Por isso, terei que dar um passo de cada vez, mas sinto que a cada passo descubro algo novo, como se obtivesse a visão do que antes eu nem sonhava que existia.
      Já entendi. Você me mostra o caminho, mas quem tem de caminhar sou eu. Podemos voltar?
      Z.G. — Podemos. Precisamos concluir a narrativa feita pelo Gabriel, de modo a que faça sentido até para a racionalidade lógica, mas para restabelecer a sequência dos acontecimentos, vamos reproduzir o texto em que foi interrompida:
      “80.184. Ele não falava, mas me fazia entender tudo que ele desejava que eu soubesse. 80.185. Começou por me deixar perceber que eu não era igual a ele, mas da mesma natureza dele, pois eu não podia dar origem a outros seres iguais a mim e ele podia. 80.186. Eu não tinha o poder da duplicação. 80.187. A partir daquele momento eu tinha existência própria, individualizada. 80.188. Não podia fundir-me com outros seres para formar um novo ser composto, mas podia interagir com os seres compostos, promovendo a obtenção do que eles necessitassem para o seu equilíbrio e aprimoramento. 80.189. Nisto eu era diferente da substância simples, da qual podia me servir para atender as carências dos seres compostos aos quais me vinculasse e através da qual eu poderia viajar até onde desejasse, pois ela ocupava todo o espaço entre dois seres compostos e o espaço dentro de cada ser composto. 80.190. Eu me destinava a auxiliar essa substância simples em sua tarefa de equilibrar os seres compostos, pois esta não tinha o dão de se locomover para fora dos limites de cada ser ao qual se vinculava para dar vida e do qual sofria influência modificadora, provocada esta pela tensão entre os elementos de um ser composto, em busca do equilíbrio entre eles, e os vários seres compostos diferentes que formavam outro diferente e mais complexo.”
      — Acho que devemos ficar por aqui hoje. Sinto que você está fazendo um esforço grande para absorver o significado mais profundo desta comunicação. Não tenha pressa, nem se imponha a obrigação de ir além. Você está fazendo grande progresso no domínio de seus impulsos imediatistas, mas deve respeitar o fato de ainda não conseguir liberar plenamente sua mente pensante pra receber todo o conhecimento que seu DP tem para lhe oferecer.
      G.D. — Estou de pleno acordo. Eu ia mesmo lhe pedir isso, mas fiquei meio sem graça...
      Z.G. — Sinta-se à vontade, não force nada, apenas permita que o entendimento flua livremente através de você e se aproprie dele, sinta como se tivesse sido você quem o elaborou e o adote como uma propriedade sua; só então estará em condições de avançar um pouco mais rumo à condição de Ser Total.

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    10. G.D. — Eu li a continuação da narrativa do Gabriel Flamens no livro “Ser Total” Vol. I e tenho algumas dúvidas. Você pode me ajudar a esclarecê-las?
      Z.G. — Posso tentar. Quais são?
      G.D. — A primeira se refere à NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DO DIVINAL PESSOAL, que foi descria da seguinte forma:
      “80.191. A necessidade da minha existência deve-se ao fato de que ao se atingir o grau de formação de seres compostos que deram origem ao homem, este passou a disputar com o seu semelhante os elementos equilibradores de que precisava, provocando o desequilíbrio daquele que, para se defender, disputa com o primeiro e, ao ter sucesso em sua defesa, imagina-se mais poderoso do que o primeiro e o ataca, não mais para satisfazer as suas necessidades, mas porque dentro dele nasceu um sentimento de vingança. 80.192. Ao lograr êxito nesta sua ação, o homem mais bem dotado materialmente experimenta uma falsa sensação de desequilíbrio interno, que o leva a atacar outros; estes se defendem e contra atacam e as lutas entre os seres humanos, dessa forma, não terminam, pondo em risco a sobrevivência da própria espécie.”

      1ª. Dúvida: quando afirma “...ao se atingir o grau de formação de seres compostos que deram origem ao homem...”, sugere um processo de formação do homem. Eu cresci ouvindo dizer que o homem é um ser criado por Deus à sua imagem e semelhança. Logo, terá de ser um produto acabado e perfeito, sob pena de admitirmos que Deus produz imperfeições. Isto está em desacordo com a narrativa contida no Vol. I do “Ser Total”, mas esta me parece mais coerente e, portanto, mais aceitável. Que entendimento você recomenda?
      Z.G. — Eu recomendo o entendimento que lhe proporcione paz interior e bem estar consigo mesmo. Aqui você terá a indicação de que seu componente de Natureza Divina aprova sua decisão, mas lembre-se que os condicionamentos que modelam sua mente podem rejeitar sua escolha e, neste caso, desestabilizam sua paz interior. É da maior importância você identificar se o bem estar consigo mesmo foi abalado pela insatisfação do seu DP ou dos condicionamentos que lhe foram incutidos por outros. Esta identificação o habilitará a escolher com segurança o entendimento que deve aceitar.
      G.D. — De novo eu diante de mim mesmo! Sinto que é difícil, mas sei que compete a mim fazer a escolha certa. Preciso de um tempo para refletir, só depois volto para lhe dizer a que conclusão cheguei.

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    11. G. D. — Voltei. Cheguei à conclusão de que “um Ser perfeito não produz imperfeições...”
      A outra dúvida que ficou da nossa conversa anterior, á a seguinte:
      A narrativa de Gabriel Flamens, no livro “Ser Total” Vol.1, deixa claro que os Seres de Natureza Divina (Espíritos) foram criados diretamente por Deus para impedir que a competição entre os homens pusesse em risco a sobrevivência da espécie humana.
      Já se passaram milênios e os homens continuam competindo entre si, e de forma talvez ainda mais selvagem e cruel do que a dos primitivos habitantes da Terra.
      Se os Espíritos foram criados diretamente por Deus, e Deus, um Ser de Perfeição, não produz imperfeições, como entender que os Espíritos ainda não conseguiram acabar com a agressividade e competição entre os homens?
      Já que os Espíritos se movimentam através da Substância Simples que preenche o espaço entre os corpos densos de tudo que existe, podendo penetrar em tudo e em todos sem serem percebidos, não é estranho que ainda não tenham corrigido esse comportamento animalesco que tanto sofrimento causa a todos?
      Terão os Espíritos menos poder do que se lhes atribui?
      Z.G. — Caramba! Desta vez você pegou pesado, foi tão fundo que nem sei por onde começar.
      G.D. — Não precisa seguir a ordem dos questionamentos, sugiro que comece pelo mais fácil, eu saberei entender.
      Z.G. — Vou tentar responder de forma simples, direta e objetiva:
      Quando os Espíritos estão desvinculados de um corpo, têm condições de penetrar em tudo e em todos sem serem percebidos, conforme indicado por você, mas lembre-se que seu componente de natureza divina (Seu Espírito) assim como o meu e o de todas as pessoas, habita no corpo de cada um e utiliza este corpo para realizar o trabalho que lhe foi designado pelo Criador.
      Se o corpo que habita se encontrar em estágio evolutivo pouco desenvolvido, a mente desta pessoa não lhe proporciona condições de atuar de forma completa, não constitui um veículo de expressão fidedigno e, se a camada de seus neurônios que responde pela elaboração do entendimento a partir dos cinco sentidos carnais for muito ativada, nem sequer se dá conta da existência do componente espiritual.
      Ainda mais, se a Faculdade Racional da pessoa for muito valorizada a ponto de só aceitar como certo, bom, verdadeiro e justo aquilo que puder explicar através de comparações, se atribui o direito de estabelecer normas e regras para a atuação do Espírito; como este pertence ao Plano Absoluto e a razão lógica não encontra nele um referencial de comparação, recusa-se a aceitar os conhecimentos provenientes deste Ser Espiritual, atribuindo às suas intervenções uma origem fantasiosa, demência ou alucinação que não deve ser levada em conta.
      G.D. — Caramba! Você conseguiu me fazer entender o que “estava na cara” e eu ainda não tinha percebido. Podemos concluir então que quem tem de evoluir é a matéria, não o Espirito, certo? Ou melhor, quem tem de evoluir é a mente humana para obter condições de receber os conhecimentos que o Espírito tem para lhe oferecer, é isso?!

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    12. G.D. — Ainda estou em estado de êxtase pela “descoberta” que fiz ao final da nossa comunicação anterior, mas sinto que o esclarecimento está incompleto, tem algo muito enriquecedor a ser acrescentado. Se estou certo ao pensar desta maneira, mostre-me a continuação daquela narrativa, por favor!
      Z.G. — OK. O que você me pede você já obteve sem precisar da minha ajuda, nem da ajuda de quem quer que seja.
      G.D. — Como assim? Não estou entendendo.
      Z. G. — Sua conclusão indica que você assimilou esse conhecimento com toda a profundidade que contém. Indica também que você está em condições de encontrar as melhores respostas para os seus questionamentos, estando apto a comparar o que outros lhe disserem com o que você diz a si mesmo e aceitar o conhecimento que melhor satisfaz sua necessidade de saber, podendo mesmo assumir como se fora produzido por você o que encontrou em suas buscas e pesquisas.
      Esta constatação me enche de júbilo e anima a prosseguirmos nesta caminhada, mostrando para outras pessoas que, assim como você conseguiu, elas também podem conseguir encontrar a VERDADE QUE LIBERTA.
      Aqui cabe destacar que se trata de uma conquista individual e cada um a empreende por seus próprios meios e pelos métodos com que melhor se identificar. Este destaque justifica-se pelo fato de cada pessoa ser dotada de condições e características próprias, e de tal modo diferenciadas que não é possível oferecer um método padronizado, até porque o que dá certo com uns pode dar completamente errado com outros.
      Quando muito, podemos oferecer uma amostra dos caminhos percorridos por quem alcançou a meta. É com esse propósito que reproduzimos a narrativa feita por Gabriel Flamens em suas andanças pelo Plano Absoluto:

      “80.193. A substância simples, componente inseparável dos elementos constitutivos de cada homem, sofre as influências dessas lutas e sentimentos de revolta, inconformismo, ambição, egoísmo, vaidade, orgulho, ciúme e, o pior de todos, separatividade, pois é este sentimento que leva um homem a sentir-se melhor e superior ao seu semelhante, estimulando-o à luta com ele, como que para se convencer de que está certo ao sentir dessa forma. 80.194. Essa substância simples é marcada por essas deficiências humanas e, ao se desprender da matéria à qual estava ligada, leva consigo estas marcas, precisando de ajuda para se livrar delas. 80.195. Enquanto não alcança essa libertação, essa substância simples age como se ainda vinculada àquele corpo, praticando atos semelhantes aos que ele praticava e, como já não possui um corpo para lhe servir de instrumento, aproxima-se de outros corpos, os quais influencia para que satisfaçam os seus desejos. 80.196. Com isso, leva-os à prática de atos prejudiciais ao seu semelhante, à substância simples que habita cada um deles e a ela mesma, pois cada vez mais se distancia da condição de substância simples primitiva; condição essa à qual precisa retornar para poder novamente integrar outro corpo humano e, assim, participar da obra de aprimoramento da espécie humana.” Ser ToTal - Vol I, pgs. 86.

      Note-se que nesta fase do “Projeto Ser Total” o comunicador ainda se deparava com séria resistência racionalista do Autor e, por isso, ainda não lhe tinha apresentado o minucioso detalhamento dos componentes de natureza não material do Ser Humano, quais sejam a Substância Simples (Fonte de Vida), Divinal Pessoal (DP) e parte de natureza não material da consciência. Daí porque se referiu a estes componentes de modo generalizado como substância simples, o que pode levar ao equívoco de considerar a substância simples como se fora o DP.

      G.D. — Dá para entender, mas essa generalização, como você mesmo destacou, pode levar o leitor menos analítico/questionador a esse equívoco prejudicial ao correto entendimento. Sabendo desse risco, o Comunicador não deveria tê-lo evitado e deixar logo claro que Substância Simples e DP não são a mesma coisa?

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    13. Z.G. — Sua crítica é procedente no estágio evolutivo em que a racionalidade desistiu de submeter todo o conhecimento aos seus parâmetros e passou a aceitar com naturalidade a existência desses componentes do Ser Humano, mas lembre-se que em 02/09/1987, data em que essa comunicação aconteceu, o autor ainda tinha medo do que imaginava que poderia acontecer com seu DP (Espírito) ao se desprender do corpo e, por isso, não tinha condições de absorver um conhecimento mais profundo e mais completo. Lembre-se também que toda a obra que resultou nos livros “Ser Total” Vols. I e II, é apenas uma demonstração da capacidade humana que qualquer um adquire na condição de Ser Total, e que esta obra tem como finalidade incentivar todas as pessoas a empreenderem esta conquista; mas a resistência ainda é muito grande por causa dos condicionamentos sociais, culturais e familiares que induzem a olhar para fora e só aceitar o que a racionalidade puder explicar.

      G.D. — Está bem, eu posso entender dessa forma e até reconhecer que faço parte dessa multidão marcada por esses condicionamentos socioculturais.
      Reconheço também que estes condicionamentos me impedem de olhar para dentro de mim mesmo e de me autoconhecer, levando-me a procurar no outro a culpa pelos meus fracassos e a precisar de um ponto de apoio para suportar a dor de uma perda; mas insisto na necessidade de não reproduzir o erro milenar de falsear a verdade para adequá-la à capacidade de compreensão racionalizada. Você não entende dessa forma?

      Z.G. — Entendo, sim. E acrescento que a deturpação da verdade, seja para torná-la compreensível pela mentalidade predominante numa determinada época, seja para atender conveniências de quem quer que seja, é a principal responsável pelo atraso evolutivo em que a maioria das pessoas ainda se encontram por impedi-las de se comunicarem com a Centelha Divina que todas possuem.
      No entanto, o Comunicador não se deteve naquele estágio generalista. Pelo contrário, prosseguiu em sua missão de aprofundar o conhecimento e começou a detalhar a existência e atuação dos componentes humanos que transcendem a materialidade. Vale reproduzir o seguinte texto em continuação do anterior:

      MISSÃO DO SER DIVINAL
      80.197. É tua missão atuar junto daquela substância simples, esteja ela encerrada num corpo humano ou liberta dele, mas marcada pela convivência nele, ajudando-a a cumprir bem a sua função de obter os elementos equilibradores que faltarem àquele corpo e se livrar das marcas que trouxer ao se desprender do corpo que habitava, a fim de que possa se reintegrar no todo de substância simples da qual saiu e à qual terá de voltar.
      G.G. — Eu li esta narrativa e a continuação da mesma, a qual considero reveladora de um conhecimento inédito e de grande importância para a evolução da humanidade, mas tenho de lhe perguntar: Esta reintegração no todo da Substância Simples da qual saiu, é o mesmo que a cultura oriental denomina de Nirvana? Neste estágio de pureza absoluta e grande iluminação, se diz no Oriente que o Espírito não reencarna mais, Você também entende dessa forma?
      Eu preciso esclarecer isso, mas, por favor, não responda agora. Eu preciso de um tempo para assimilar o conhecimento acima. Depois eu volto para continuarmos, ok?

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    14. G.D. — Voltei. Podemos continuar?
      Z.G. — Podemos, mas você é quem terá de indicar a continuação.
      G.D. — Tudo bem, eu estou fascinado pela narrativa do Gabriel Flamens, mas antes eu lhe perguntava se a reintegração no todo da Substância Simples é o mesmo que Nirvana. Perguntei também se uma vez atingido o Nirvana, o Espírito não reencarna mais? Você pode esclarecer estes dois pontos?
      Z.G. — Eu posso tentar, mas lembro que existe farta literatura a respeito e alguns autores tratam do assunto nem sempre de forma semelhante. Cabe a você adotar o entendimento que melhor lhe proporcionar bem estar consigo mesmo, combinados?
      G.D. — Combinados. Mas já estou ficando angustiado pela demora, vá direto ao ponto e responda: volta ou não volta a reencarnar o Espírito que alcançou o Nirvana?
      Z.G. — Recomendo que mantenha a serenidade e disposição de aceitar os fatos como eles se apresentam. Só assim você terá condições de reconhecer que fez uma leitura superficial de um texto que esclarece o assunto. Vejamos:
      “80.196. Com isso, leva-os à prática de atos prejudiciais ao seu semelhante, à substância simples que habita cada um deles e a ela mesma, pois cada vez mais se distancia da condição de substância simples primitiva; condição essa à qual precisa retornar para poder novamente integrar outro corpo humano e, assim, participar da obra de aprimoramento da espécie humana.” Ser ToTal - Vol I, pgs. 86.
      Repare, meu caro Gaston, que o “estágio evolutivo” que leva a alcançar o “Nirvana”, é uma decorrência natural das ações praticadas pela pessoa cuja mente criou condições para uma atuação completa do seu componente de natureza divina (DP) e, portanto, se manteve fiel aos desígnios do seu criador. Este entendimento não deixa margem para supor que no Nirvana o Espírito se torne egoísta a ponto de apenas desfrutar do êxtase proporcionado pela Morada Celestial. Pelo contrário, Nesta condição ele tanto pode se vincular a um corpo (DP) como permanecer desvinculado (DC) e, nesta condição de Divinal Cósmico, desempenhar mais completamente suas funções de participante ativo do processo evolutivo da humanidade, até que esta adquira seu estágio evolutivo final e passe a desfrutar do que a Oração do Pai Nosso indica como “VENHA A NÓS O VOSSO REINO”.

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    15. G.D. — Voltei. Podemos continuar?
      Z.G. — Podemos, mas você é quem terá de indicar a continuação.
      G.D. — Tudo bem, eu estou fascinado pela narrativa do Gabriel Flamens, mas antes eu lhe perguntava se a reintegração no todo da Substância Simples é o mesmo que Nirvana. Perguntei também se uma vez atingido o Nirvana, o Espírito não reencarna mais? Você pode esclarecer estes dois pontos?
      Z.G. — Eu posso tentar, mas lembro que existe farta literatura a respeito e alguns autores tratam do assunto nem sempre de forma semelhante. Cabe a você adotar o entendimento que melhor lhe proporcionar bem estar consigo mesmo, combinados?
      G.D. — Combinados. Mas já estou ficando angustiado pela demora, vá direto ao ponto e responda: volta ou não volta a reencarnar o Espírito que alcançou o Nirvana?
      Z.G. — Recomendo que mantenha a serenidade e disposição de aceitar os fatos como eles se apresentam. Só assim você terá condições de reconhecer que fez uma leitura superficial de um texto que esclarece o assunto. Vejamos:
      “80.196. Com isso, leva-os à prática de atos prejudiciais ao seu semelhante, à substância simples que habita cada um deles e a ela mesma, pois cada vez mais se distancia da condição de substância simples primitiva; condição essa à qual precisa retornar para poder novamente integrar outro corpo humano e, assim, participar da obra de aprimoramento da espécie humana.” Ser ToTal - Vol I, pgs. 86.
      Repare, meu caro Gaston, que o “estágio evolutivo” que leva a alcançar o “Nirvana”, é uma decorrência natural das ações praticadas pela pessoa cuja mente criou condições para uma atuação completa do seu componente de natureza divina (DP) e, portanto, se manteve fiel aos desígnios do seu criador. Este entendimento não deixa margem para supor que no Nirvana o Espírito se torne egoísta a ponto de apenas desfrutar do êxtase proporcionado pela Morada Celestial. Pelo contrário, Nesta condição ele tanto pode se vincular a um corpo (DP) como permanecer desvinculado (DC) e, nesta condição de Divinal Cósmico, desempenhar mais completamente suas funções de participante ativo do processo evolutivo da humanidade, até que esta adquira seu estágio evolutivo final e passe a desfrutar do que a Oração do Pai Nosso indica como “VENHA A NÓS O VOSSO REINO”.

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  28. G.D. — Ok, ok. O entendimento começa a ficar claro na minha cabeça, mas percebo que esta clareza não foi obtida por qualquer processo racional e lógico. Isto é normal ou estou ficando maluco?
    Z.G. — Isto é normalíssimo, meu caro Gaston. E, mais do que normal, indica que você criou condições para sua mente pensante receber os conhecimentos transmitidos pelo seu componente de Natureza Divina.
    G.D. — Isto é Ser Total?
    Z.G. — Sem dúvida. Nessa condição você tanto recebe os conhecimentos pertencentes com o Plano Relativo (material) como os que pertencem ao Plano Absoluto (espiritual).
    G.D. — Isto me dá forças e encoraja a prosseguir nesta caminhada. Que mais o Gabriel Flamens tem para nos dizer?
    Z.G. — A narrativa dos acontecimentos vivenciados por Gabriel Flamens nos coloca frente a frente com o momento de criação dos Seres Espirituais, de modo a deixar claro que “Alma” não é a mesma coisa que “Espírito” e que este tem individualidade e vida eterna. Vejamos:

    “80.198. Para que saibas que és diferente da substância simples e esta te reconheça como quem não pode se fundir com ela, imponho-te este sinal (aproximou-se mais de mim e tocou-me na fronte com a mão direita, em seguida tocou-me naquele mesmo ponto com sua parte superior, o que, num ser humano corresponderia à testa). 80.199. Feito isso, afastou-se um pouco e disse:”
    80.200. “Agora vai. Já sabes quem és e o que deves fazer”. 80.201. Levantou o que parecia ser o seu braço direito e apontou para um ponto, num sentido lateral. 80.202. Virei-me para lá e senti que era o local por onde eu deveria sair.” Ser ToTal - Vol I, pgs. 87.

    G.D. — Estou em estado de êxtase com a revelação da origem e finalidade dos Seres Espirituais, mas isto é sufocante, ufa, ufa!! Preciso de um tempo para me acostumar com tudo isso. Podemos ficar por aqui?
    Z.G. — Com certeza. Fico à sua espera, quando quiser, é só chamar.

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  29. G.D. — Estou de volta, meu caro Gabriel. Posso lhe pedir para esclarecer mais alguns pontos deste assunto, que considero importantes?
    Z.G. Fique à vontade para perguntar o que quiser. Não se preocupe com a possibilidade de me deixar embaraçado com suas perguntas, porque eu não tenho nenhuma dificuldade para dizer que não sei.
    G.D. — Você chamaria o Ser de onde seu DP (Espírito) se originou de Deus?
    Z.G. — Não.
    G.D.— Não!?
    Z.G. — Não. Eu não ousaria atribuir um nome, ou qualquer qualificação, ao Ser que criou os seres espirituais, e também criou a Fonte de Vida Material.
    G.D. — Como assim!? Se não é Deus, que nome tem este Ser?
    Z.G.— Este Ser pode ter o nome que você lhe atribuir, ou não precisa de nome nenhum. Se for confortável para você, pode chamá-lo de Deus. Eu simplesmente reconheço a sua existência e atuação na minha vida, mas não tenho condições de lhe atribuir qualquer denominação, nem explicá-lo, por mais grandiosos que sejam os atributos com que possa me referir a Ele.
    G.D. — Eu continuo não entendendo. Por que não pode chamá-lo de Deus? Ou Supremo criador de tudo que existe? Ou qualquer outro nome, como o fazem todas as civilizações, cada uma denominando-O da forma que reconhece como a mais grandiosa?
    Z.G. — Porque a Criatura não tem como explicar o Criador. Toda vez que o homem tenta explicar a Divindade para outros homens, ao invés de aproximá-los de “Deus”, mais os afasta de “Deus”.
    G.D. — Como assim? Todas as religiões explicam Deus, embora cada uma o explique de acordo com a sociedade, ou nação, ou civilização a que pertence. Estou ficando confuso com sua resposta. Pode se explicar?
    Z.G. — Você está certo, meu amigo. Seu protesto tem fundamento em todas as religiões e, por isso mesmo, é incontestável. Mas repare que ao fazer isso, todas as religiões cometem o mesmo erro de reduzir a Divindade à capacidade humana de compreendê-la racionalmente...
    G.D. — Desculpe interromper seu raciocínio, mas não vejo onde possa estar o erro ao fazerem desta maneira. Afinal de contas, as pessoas só têm o raciocínio lógico para compreender o que lhes é explicado. Se não atribuir nomes ou qualidades que lhes permitam diferenciar o bem do mal, o certo do errado, o justo do injusto, o verdadeiro do falso, ficam perdidas e se recusam a aceitar a existência de um Deus que não seja explicável.
    Z.G. — Mais uma vez você está certo. O estágio evolutivo em que a grande maioria das pessoas se encontram só lhes permite compreender o que for explicável racionalmente, mas isto faz com que não consigam se relacionar com o Divino...
    G.D. — Como?! Todas as religiões levam seus fiéis a se relacionarem com a divindade, cada uma do seu modo, é verdade, mas todas oferecem a possibilidade da intervenção do Divino na vida de cada pessoa, fazendo com que sejam piedosas, generosas, caridosas e vai por aí a fora, ou seja, conduzem seus fiéis pelos caminhos do bem. Isto não é uma forma do homem se relacionar com Deus?
    Z.G. — Sim. Esta é uma forma do homem se relacionar com Deus, mas não o Deus Criador do homem, e sim um Deus criado pelo homem, logo, um Deus que não existe...
    G.D. — Agora você pegou pesado demais. Estou até ficando com raiva deste assunto. Trate de se explicar direitinho, se não nossa conversa termina aqui. Ou melhor, terminamos por aqui. Preciso de um tempo para dar uma arrumada nos meus pensamentos e só depois decido se continuamos ou paramos.
    Z.G. — Combinado. Fico esperando, mas me avise quando tomar sua decisão, por favor.

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    Respostas
    1. G.D — Voltei. Podemos retornar ao ponto interrompido na nossa última comunicação?
      Z.G. — Podemos, eu só não lembro onde estávamos.
      G.D. — Estávamos no ponto em que você falou da existência de um Deus Criador do Homem e de um deus criado pelo homem, lembra-se? Você até afirmou que este deus não existe. Eu fiquei revoltado e pedi para pararmos. Confesso que minha revolta não terminou, por isso lhe peço para se explicar direitinho, se não eu paro de vez com este assunto.
      Z.G. — Fique calmo, meu amigo, não tire conclusões precipitadas, nem julgue o que não conhece, afaste de si todas as formas de preconceitos e rejeite todas as formas de idolatria...
      G.D. — Eu posso ficar calmo e ouvir sem condenação prévia tudo que você tiver para me dizer, mas vá direto ao ponto: o que você quis dizer com “Deus Criador do homem e deus criado pelo homem”?
      Z.G. — Em nosso bate-papo anterior, nós concordamos que o homem só tem a Faculdade Racional para compreender todas as coisas com que se relaciona, certo? Concordamos também que o homem rejeita tudo que não conseguir compreender racionalmente, ou que não faça sentido lógico, certo também?
      G.D. — Sim, e daí? Aonde você quer chegar?
      Z.G. — Ao ponto de lhe mostrar que a racionalidade lógica só tem condições de compreender o que puder comparar, ou seja, precisa de um referencial de comparação, sem o qual se perde e, ante o risco de se perder, ela rejeita, nega procedência, julga fantasioso, completamente fora de propósito e, às vezes, até condena sob a alegação de que é obra de quem deseja enganá-la, não raras vezes atribuindo uma procedência demoníaca ao que ela não consegue compreender. Até aqui estamos falando a mesma língua?
      G.D — Sim, tem sentido e já tínhamos concordado antes que é assim mesmo. Eu só não entendi porque você está repetindo este entendimento.
      Z.G. — Para que você compreenda definitivamente que a racionalidade humana, ao depender de um referencial de comparação, labora na dualidade, ou seja, está restrita ao Plano Relativo, logo, ao Plano da matéria. Como as coisas Divinas pertencem ao Plano Absoluto, não oferecem qualquer referencial de comparação. No Plano Absoluto tudo que é simplesmente é e não se torna diferente pelo fato de alguém não conseguir compreendê-lo nem explicá-lo.
      Os grandes precursores do progresso da humanidade, ao se depararem com esta realidade, sucumbiram à necessidade de falar dela para outros homens de maneira que estes a compreendessem racionalmente. Foi uma escolha deliberada e necessária para disciplinar a vida em família e nas sociedades primitivas.
      G.D. — Começa a fazer sentido e eu quero esgotar este assunto, mas preciso de um tempo para absorver tudo isso que você acaba de dizer. Depois eu volto para continuarmos, ok?
      Z.G. — Ok. Você dita o ritmo da nossa conversa.

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    2. G.D. — Estou de volta para continuarmos nosso estudo da comunicação com Deus sem intermediários, podemos?
      Z.G. — Podemos, mas é você quem conduz. O que propõe?
      G.D. — Eu preciso entender melhor a abordagem relacionada com os grandes benfeitores da humanidade, mas antes disso me ajude a desengasgar com a afirmação “...Como as coisas Divinas pertencem ao Plano Absoluto, não oferecem qualquer referencial de comparação.” Por quê que isto não pode ser compreendido pela razão lógica?
      Z.G. — Pelo simples fato de que a razão lógica só aceita o que tiver lógica...
      G.D. — Piorou mais ainda. Você está querendo me confundir ou não sabe o que dizer e está fugindo do assunto?
      Z.G. — Nem uma coisa nem outra. Foi você quem me interrompeu com sua ansiedade.
      G.D. — Desculpe, mas é que fiquei com medo de não acompanhar seu raciocínio. Prossiga, por favor.
      Z.G. — Repare que estamos tentando tornar compreensível racionalmente uma realidade que supera os limites da racionalidade.
      G.D. — Isto eu já compreendi faz tempo. Sei também que você está fazendo um grande esforço para transmitir o conhecimento do Plano Absoluto numa linguagem que faça sentido para a mente pensante, sem deturpar o conhecimento nem se desviar da realidade que lhe foi dado constatar. Aprecio muito este seu empenho, mas não posso deixar de interrompê-lo sempre que me sentir embaralhado. Agora sou eu que pergunto: Estamos falando a mesma língua?
      Z.G. — Sem dúvida. Voltando: O que tenho para lhe dizer, talvez precise que você acione o grupo de seus neurônios especializados na elaboração do conhecimento num nível de abstração a que não estão acostumados...
      G.D. — Assim você me ofende! Não me subestime nem julgue a minha inteligência inferior à sua nem à de quem quer que seja. Diga o que tiver para dizer e deixe que eu elabore o melhor entendimento das suas informações, com liberdade e sem ser induzido a entender desta ou daquela maneira.
      Z.G. — Ok, ok. Desculpe, eu não quis ofendê-lo nem subestimá-lo. Quando eu falei em “...acionar um grupo de seus neurônios especializados na elaboração do conhecimento num nível de abstração a que não estão acostumados...” eu só quis destacar o fato de que, na sociedade ocidental em que vivemos, a racionalidade humana é superativada com os estímulos produzidos pelos sentidos da visão, tato, audição, paladar e olfato, fazendo com que os grupos de neurônios elaboradores do conhecimento a partir dos estímulos que lhes são transmitidos por estes cinco sentidos carnais alimentem continuamente a mente pensante, sem deixarem espaço para a entrada em ação de grupos de neurônios de composição mais sutil e, portanto, capazes de elaborar o conhecimento sem dependerem de um referencial de comparação. Caminhamos juntos até aqui?
      G.D. — Sim, sim. Continue, por favor.
      Z.G. — Pois bem. Ao neutralizar, mesmo que por breves instantes, a estimulação dos sentidos carnais citados, a mente pensante interrompe o diálogo interior, para de pensar, para de elaborar questionamentos e de oferecer respostas para os mesmos. Nessa condição, os grupos dos seus neurônios de composição mais sutil se tornam receptivos e ficam aptos a receber o conhecimento da verdade existente no Plano Absoluto.
      G.D. — Chega, chega, por hoje chega. Enquanto você falava, eu parei de pensar, entrei numa espécie de meditação, e parei de tentar compreender a lógica do que você dizia. Agora percebo que faz todo sentido, tem lógica, mas eu preciso dormir com essa ideia, preciso parar de pensar novamente e ver como a minha mente pensante convive com esse entendimento.
      Z.G. — Tudo bem. Fico à disposição.

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  30. G.D. — Olá Zeferino. Como pode ver, acabei dormindo mais que uma noite... espero que não tome ao pé da letra esta alegoria e entenda que o meu “dormir” significa mais ou menos meditar, parar de pensar, parar de buscar a lógica do conhecimento que eu procuro...
    Z.G. — Agora é você quem está circulando o assunto, como quem quer dizer alguma coisa e ainda não encontrou a melhor maneira de se fazer compreender. Sugiro que diga da forma que faz sentido para você, sem se preocupar se eu vou compreendê-lo ou não.
    G.D. — Está bem, vou fazer isso, mas é que achei que era maluquice da minha cabeça, entende?!
    Z.G. — Entendo mas não concordo. Pare de se julgar da forma que julga que eu julgarei você.
    G.D. — Está bem. Algumas noites, enquanto eu dormia literalmente, tive alguns sonhos que se repetiram várias vezes, não como se um fosse a continuação do outro e sim uma repetição bastante precisa do que eu tinha sonhado antes. Isto me deixou muito confuso e até estou com vergonha de lhe contar...
    Z.G. — Lá está você novamente rodeando o assunto! Conte logo seus sonhos repetidos, vai.
    G.D — Ok. Eu estava num ambiente escuro, parecia numa mata em noite sem luar, assim meio perdido, mas também não estava procurando nada, nem mesmo o caminho para sair dessa mata. Era assim meio como se o acaso me tivesse levado a esse ambiente...
    Z.G. — E daí?
    G.D. — Daí que de vez em quando eu via luzes que se acendiam e apagavam logo em seguida, do tipo produzido pelo vaga-lume em noite escura mesmo. Esse piscar de luzes me fazia ver a escuridão em que eu me encontrava e despertava em mim o desejo de ver novamente essa luz, mas não conseguia nem atinar com o rumo que ela tomara, de vez que acendia e se apagava quase instantaneamente, ora na minha frente, ora atrás de mim, às vezes do meu lado; como se quisesse me dizer alguma coisa.
    Ou seja, não era bem como o voar do vaga-lume que todos conhecem, o qual segue numa direção definida, permitindo identificar sua trajetória. No meu caso, não. Não sei se era o mesmo ou se eram vários, o fato é que as luzes apareciam e desapareciam em diferentes posições à minha volta, como se quisessem me confundir, e ao se apagarem eu me percebia em meio à escuridão densa e sufocante. Percebe o que eu quero dizer?
    Z.G. — Sim, percebo. Mas acho que você ainda não disse tudo. Afinal, como seu sonho, ou pesadelo, terminou?
    G.D. — De fato eu tenho algo importante a acrescentar, mas não posso fazer isso agora. Acabo de receber um comunicado e preciso interromper nossa conversa. Desculpe, logo logo eu volto e continuamos.

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  31. G.D. — Eu não disse que logo, logo eu voltava? Pois é. Voltei para terminar aquele assunto do sonho do vaga-lume. Lembra-se?
    Z.G. — Lembro, sim. Agora estou até mais ansioso. Diga logo como esse sonho terminou!
    G.D. — Terminava sempre aí, porque eu acordava exatamente nesse ponto e, sem pensar em nada, meio que instintivamente, eu começava a olhar por todos os cantos do meu quarto à procura das luzes do sonho e, como é claro, eu não encontrava nada. Acho que é porque já estava bem acordado e meu pensamento girava em busca de um sentido, ou significado, para esse sonho/pesadelo. repetido diversas vezes.
    Z.G. — E agora, você já encontrou um sentido ou significado para isso?
    G.D. — Eu não. Mas demorei mais de um mês para voltar a falar como você, na tentativa de esclarecer ou esquecer dessa maluquice. Como não consegui esclarecer e também não consegui esquecer, aqui estou eu lhe pedindo ajuda. Você pode me ajudar, ou mostrar que tudo não passa de uma maluquice da minha cabeça?
    Z.G. — Eu posso tentar, mas você precisa me prometer que não vai aceitar o que eu lhe disser como se fosse o melhor entendimento só porque eu disse. Promete?
    G.D. — Prometo e nem precisava dessa recomendação, até porque você já deixou claro em diversas ocasiões que a melhor resposta é a que cada um encontrar para seus questionamentos, podendo ter no que outros lhe disserem apenas um elemento de comparação com o que eu disser para mim mesmo. E, só para confirmar, você sustentava com argumentação sólida que se eu achasse que a opinião do outro era melhor do que a minha, eu devia aceitá-la e adotá-la com a mesma convicção que aceitaria se fosse eu quem a elaborou. Esta minha narrativa o encoraja a me dizer o que pensa do meu sonho?
    Z.G. — Encoraja, sim: Parece que não estamos diante de um sonho e muito menos de um pesadelo. As luzes do ”vaga-lume” que apareciam e desapreciam quase instantaneamente em diferentes pontos à sua volta, serviam para lhe mostrar a escuridão em que você se encontrava, a qual não lhe permitia ver que caminho seguir para sair das trevas e viajar na luz.
    Também indicavam que a luz que você procura, existe de verdade. Tanto existe que você conseguia vê-la, mesmo que por breves instantes, não é mesmo?
    G.D. — Sim, mas prossiga, por favor, que começa a fazer sentido, como se eu começasse a encontrar a peça que faltava para o meu quebra-cabeça.
    Z.G. — Pois é. Repare que agora que você viu a luz, mesmo que volte à escuridão, não tem mais condições de negar que a luz existe.
    Ela pode ter deixado de existir para você durante a escuridão em que você estava e à qual voltava, mas ela continuava existindo, você é que não conseguia mais vê-la, não porque a luz deixasse de existir e sim porque a sua cegueira não lhe permitia vê-la continuamente, certo?
    G.D. — Você está querendo dizer que minha busca me levou a entrar em contato com o Ser de Natureza Divina que habita em mim e que minha cegueira mental me impediu de receber a luz que emana dele e pode iluminar minha mente?
    Está insinuando também que esta dificuldade é por causa de eu querer que a iluminação da mente aconteça de acordo com os parâmetros que minha racionalidade estabelece?
    Z.G. — Viu como não foi difícil você descobrir o significado das luzes do vaga-lume em noite escura?
    G.D. — Viiiiiiiiiii!!! Mas preciso de um tempo para reformular meu modo de pensar. Depois eu volto!!!

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  32. G.D. — Agora que eu entendi a mensagem das luzes em noite escura, estou em condições de retornar ao assunto interrompido. Proponho que você esclareça melhor o fato dos grandes precursores do progresso da humanidade terem sucumbido à necessidade de falar da verdade constatada por eles de maneira que as pessoas a compreendessem racionalmente.
    Z.G. — Ok. Vamos lá: Sem dúvida que a escolha de adequar a verdade à capacidade racional humana de compreendê-la, trouxe grandes benefícios e a ela podemos agradecer o estágio evolutivo em que a grande maioria das pessoas se encontra.
    Mas também temos de lamentar que ao oferecerem a noção de uma divindade antropomorfizada, a ponto de afirmar que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, estes precursores e grandes benfeitores da humanidade deturparam o conhecimento que eles tiveram do Divino e, com isso, mantiveram a grande massa humana distante do Divino...
    G.D. — Como assim, “Distante do Divino”?
    Z.G. — Observe, meu estimado e competente debatedor, que ao escolherem o que convém em substituição do que é, estabeleceram com o Divino uma relação de troca, de negócios, ou seja, se seguissem os Mandamentos da Lei de Deus, este faria com que sua riqueza de bens materiais aumentasse, assim como teriam aumentada sua prole; os faria vencer na guerra e vai por aí a fora.
    G.D. — Acho que estou entendendo o que você quer dizer. Você está se referindo à Bíblia, em que Moisés, no Livro do “Êxodo” relata a visão que ele teve diante da Sarça Ardente, que ardia mas não se consumia e ali ouviu uma voz que lhe dizia: “Eu sou aquele que sou. Aquele que é me enviou a vós”... É isso?
    Z.G. — Sim, também é isso, embora este comportamento também se observe noutras sociedades, em que as diferentes formas de crença e prática religiosa também oferecem aos seus fiéis a noção de divindades a serviço das pessoas e induzem estas pessoas a um relacionamento de troca de favores (em casos extremos até oferecem dinheiro para obterem o que pedem — verdadeiro mercantilismo religioso) levando-as a suplicarem ao divino as mais diferentes graças, que vão desde uma colheita abundante, lucro nos negócios, saúde, prosperidade, êxito em tarefas que consideram difíceis, vitória sobre seus inimigos quando em guerra...
    G.D. — Ok, ok. Eu sou estudioso das sociedades e reconheço que outras religiões incentivam seus fiéis a se manterem fiéis em troca de favores pessoais, familiares ou de grupos, mas também reconheço que, apesar disso, alguns destes fiéis obtêm os benefícios que procuram, alguns tão grandiosos que até se poderia chamar de verdadeiros milagres. Como você explicaria o fenômeno do milagre da cura de um enfermo em fase terminal, por exemplo?
    Z.G. — Desculpe, caro Gastão, mas desta vez sou eu quem lhe pede um tempo para absorver o significado da sua indagação e perguntar ao Gabriel o que ele tem a dizer a respeito.
    G.D. — Tudo bem, mas lembre-se que eu vou insistir no questionamento...

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    1. G.D. — E então Zeferino, o Gabriel já tem o que dizer a respeito do “...milagre da cura de um enfermo em fase terminal”?
      Z.G. — Já, sim. Mas lembro que agora você entrou numa linha de abordagem de elevada significação, que precisa ser tratada com a profundidade que contém...
      G.D. — Pare de dar explicações paralelas e vá logo ao ponto aonde quer chegar. Eu mesmo tenho conhecimento de fatos considerados milagrosos observados em diferentes religiões, tanto as de ramificação cristã, como muçulmana, budista, espírita kardecista, espírita afro-brasileira e até no meio indígena. Você nega isto?
      Z.G. — Não. De jeito nenhum eu negaria algo que acontece de fato e pode acontecer com qualquer pessoa mesmo que não professe nenhuma crença religiosa...
      G.D. — Então eu não entendo mais nada! Milagre sem religião?! Isso me deixa com coceira na palma das mãos.
      Z.G. — Vamos ver se a gente se entende: Todas as pessoas são dotadas de um componente de Natureza Divina, que uns chamam de Alma, outros chamam de Espírito, algumas crenças orientais denominam de Alaya, outras de Prana e vai por aí a fora, numa profusão de nomes diferentes para se referirem a um Ser que todos sentem e sabem que existe, mas ninguém consegue explicar. Até aqui, caminhamos juntos?
      G.D. — Sim. Prossiga, por favor.
      Z.G. — Este Ser é quem realiza o “milagre”, seja da cura de um enfermo em fase terminal, seja da obtenção de algo que todos consideram “impossível”...
      G.D. — Mas este Ser “milagreiro” não realiza o milagre por intercessão sacerdotal?
      Z.G. — Pode ser que um sacerdote atue como canal de comunicação do beneficiário com este Ser, mas isto nem sempre acontece e o milagre pode acontecer sem a intervenção do sacerdote.
      G.D. — Como assim?
      Z.G. — A intervenção dos Seres Divinais acontece por um ato de Fé.
      G.D. — Mas a Fé tem de estar centrada no sacerdote da nossa crença, ou na imagem do Santo de nossa devoção ou em Deus, não é assim?
      Z.G. — Pode ser, mas nem sempre é assim. A Fé é um ato de entrega total e completa, sem condições ou normas estabelecidas pela nossa racionalidade, a algo que “sabemos” com absoluta certeza que pode nos proporcionar o que lhe solicitamos.
      G.D. — Mas não é isto que os sacerdotes fazem em favor dos seus fiéis?
      Z.G. — Pode ser, repito, mas a intervenção sacerdotal nem sempre proporciona o “milagre”.
      G.D. — Isso é verdade que eu nem ninguém pode negar. Do contrário, estaríamos cheios de milagres acontecendo a toda hora em todas as partes do mundo. Mas prossiga, por favor.
      Z.G. — A intervenção sacerdotal atua no nível mental dos fiéis, fazendo com que estes canalizem seus pensamentos para seu objeto de adoração e, desta forma, neutralizem a intervenção da sua mente pensante...
      G.D. — O quê?! Parar de pensar? Como isso é possível?
      Z.G. — Eu não esperava essa pergunta de você, e menos ainda o espanto que ela denota. Não agora que você confessa ter parado de pensar, quando obteve o entendimento das luzes em noite escura. Está lembrado?
      G.D. — Ih! É mesmo!... Eu nem lembrava mais disso, ou melhor, eu sabia disso, mas é que me acostumei a conversar de acordo com meu raciocínio lógico. Continue, por favor, e eu vou me empenhar para não interrompê-lo mesmo que não faça sentido lógico.
      Z.G. — Tudo bem, só que eu perdi o “fio da meada”. Pode me ajudar a recuperar o ponto interrompido?
      G.D. — Falávamos da intervenção dos sacerdotes na produção de “milagres”, e você esclarecia que esta intervenção atuava no componente racional dos fiéis, ajudando-os a entrarem num estágio mental a que se convencionou chamar de FÉ.
      Afinal, o que devemos entender por FÉ, e se esta pode ou não ser o praticada sem a intervenção do sacerdote?
      Z. G. — Desculpe meu caro Gaston, mas sua pergunta me pegou desprevenido. Não sei o que dizer a respeito de Fé. Vou perguntar ao Gabriel e, logo que ele responder ou lhe falo.
      G.D. — Ok. Fico esperando então.

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    2. G.D. — E então, Zeferino, O Gabriel já esclareceu o assunto FÉ?

      Z.G. — Por Fé devemos entender uma entrega total a completa a algo ou alguém que, temos certeza, tem poder para atender nossa súplica.
      G.D. — Ok. Isso está claro agora para mim, mas isso nos faz parar de pensar?
      Z.G. — Sim, com certeza. Se verdadeiramente temos fé, afastamos de nós qualquer sombra de dúvida, não cogitamos de quando nem como receberemos a graça do milagre, simplesmente nos tornamos receptivos aos acontecimentos sem qualquer questionamento, ou seja, interrompemos nosso diálogo interior a respeito, paramos de pensar...
      G.D. — Isso quer dizer que enquanto estivermos pensando não temos fé?
      Z.G. — Visto de forma simplista, é isso. Mas visto com mais profundidade, concluiremos que nossa vontade recheada de fé se conecta diretamente com o Ser de Natureza Divina, sem sofrer qualquer intervenção da mente pensante, o qual habita o mais recôndito de todas as pessoas (parte posterior do cérebro, na junção dos ossos occipital com as vértebras do pescoço).
      G.D. — Mesmo considerando “impossível” parar de pensar, digamos que alguém consiga essa proeza (digo logo que eu não consigo) o que acontece a partir daí?
      Z.G. — Recebida a súplica desta forma, o componente de Natureza Divina (DP) da pessoa se empenha para atender o que lhe foi solicitado. Se puder atender diretamente, realizará o “milagre”, mas se o que lhe é pedido estiver fora das suas possibilidades, ele se comunica com um Ser igualmente de Natureza Divina, mas desvinculado de qualquer corpo, ou seja, na condição cósmica (DC), e este intervém de modo a proporcionar o atendimento do que foi pedido.
      G.D. — Começa a fazer sentido até para a minha limitada compreensão racional. Mas o Ser de Natureza Divina, meu DP, não é um Espírito? E se é um Espírito não tem poderes ilimitados? Porque precisaria solicitar a outro Espírito desencarnado para intervir?
      Z.G. — Não é bem assim. O Ser espiritual que habita em você (igual ao que habita em todas as pessoas) não tem poderes ilimitados, pelo contrário, sofre as limitações que lhe impõe o corpo em que habita, sejam estas de natureza física, mental, psíquica, emocional ou de qualquer outra natureza.
      G.D. — Agora sim, a ideia faz sentido completo e, embora isto contrarie tudo que eu já ouvi falar a respeito, admitindo que é assim que acontece, qual é função do sacerdote na realização do milagre?
      Z.G. — De mero facilitador.
      G.D. — Como assim?
      Z.G. — Se um fiel acredita piamente que o sacerdote tem poderes para intermediar a sua ligação com Deus, se entrega total e completamente a ele e espera com confiança devocional a obtenção do que foi suplicado.
      G.D. — Mas a prevalecer esse entendimento, se o fiel suplicar diretamente ao Santo de sua devoção, o resultado não será o mesmo?
      Z.G. — Seguramente sim, mas raramente os fiéis admitem que têm merecimento para se comunicar com o Divino, daí porque solicitam ao sacerdote que faça isso por eles.
      G.D. — Neste caso, sou levado a concluir que os sacerdotes de qualquer religião só têm o poder que a fé dos seus fiéis lhes atribuir. Também concluo que as imagens dos Santos que adornam os Altares das Igrejas Católicas têm poderes e desempenham funções semelhantes às imagens dos Altares de outras religiões como o Budismo, o Xamanismo, a Umbanda, o Candomblé e até mesmo os totens objeto de adoração dos silvícolas. Nesta linha de entendimento, a mentalização pura e simples, sem qualquer vinculação a uma imagem, desde que recheada de fé, pode obter o mesmo resultado. Você concorda com esta conclusão?
      Z.G. — Concordo, mas lembre-se que outras pessoas tem todo direito de divergir do seu entendimento e cabe a você respeitar o entendimento delas, sem que lhe assista o direito de censurar ou criticar quem quer que seja por pensar de modo diferente de você.
      G.D. — Ok, ok, ok. Que viagem! Cheguei a duvidar que conseguiríamos alcançar um entendimento acessível à razão lógica do que se convencionou chamar de milagre, até parece um milagre mesmo!! Fico por aqui. Depois continuamos, ok?
      Z.G. — Ok. Quando resolver, é só chamar.

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    3. G.D. — Eu estava pensando no assunto da Fé e fiquei inculcado com a informação de que
      “..o Ser espiritual... sofre as limitações que lhe impõe o corpo em que habita, sejam estas de natureza física, mental, psíquica, emocional ou de qualquer outra natureza”.
      A minha inculcação é maior porque eu já li, só não lembro onde, que os Espíritos se movimentam através da Substância Simples e passam pelo espaço que separa os elementos componentes do núcleo dos átomos sem tocarem qualquer destes elementos e, por isso mesmo, não sofrem qualquer resistência, até porque nem são percebidos em sua passagem. Se é assim, como entender que o espírito sofre as limitações que lhe impõe o corpo que habita, notadamente as de natureza física?!

      Z. G. — As limitações de natureza física estão representadas pela má formação do corpo, seja esta de origem genética, congênita ou adquirida após o nascimento. É importante notar que enfermidades podem produzir anomalias orgânicas, as quais serão mais acentuadas se atingirem a estrutura neuronal.
      G.D. — Como assim, a estrutura neuronal?
      Z. G. — São bastante conhecidos casos de pessoas com paralisia cerebral, ou com sequelas deixadas por um AVC, uma infestação viral do tipo Meningite e tantas outras. Começa a fazer sentido?
      G.D. — Sim. Sem dúvida faz todo sentido e nem precisava tantos detalhes porque isso todos conhecem e a ciência médica mostra isso com total clareza. Você só não explicou porque o Espírito, ou DP como você prefere chamar, seria impedido de atuar plenamente nesse corpo, de vez que ele, conforme entendido antes, passa por dentro de qualquer corpo sem nem ser percebido?
      Z.G — Você está corretíssimo em sua observação no tocante à atuação do Espírito para manter o funcionamento do organismo como um todo, mas parece que ainda não está claro para você que além dessas funções, o DP também atua na proteção contra a atuação nociva de Espíritos desvinculados em processo de regeneração. Logo, se o corpo estiver fragilizado conforme indicado antes, o DP não pode se ausentar desse corpo, sob pena de deixá-lo exposto à invasão daqueles espíritos, os quais poderiam lhe causar danos por vezes irreparáveis.
      G.D. — Ok, ok. Faz todo sentido. E quanto às limitações de natureza mental, psíquica, emocional, o que você tem a dizer?
      ZG. — Estas são mais fáceis de perceber, de vez que a mente que se recusa a admitir a existência de algo que contraria suas convicções, sejam estas legítimas ou preconceituosas, cria obstáculos intransponíveis ao seu DP, de vez que, em casos extremos, nega a existência do mesmo e, em casos mais comuns, admite sua existência, mas estabelece regras e impõe condições à sua atuação.
      G.D. — Acho que eu me enquadro na categoria dois. Minha mente pensante resiste muito a aceitar o que não tiver coerência lógica. Vou repensar meu modo de lidar com esse outro lado de mim mesmo e depois voltamos ao assunto. Pode ser?
      Z.G. — Com certeza. Fico esperando

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  33. G.D. — Ainda sobre a “... atuação do Espírito para manter o funcionamento do organismo como um todo...”, não está claro para mim como se dá esta atuação. Estou confuso, principalmente porque ficou muito forte em mim o entendimento que “...Deus soprou em suas narinas o Sopro de Vida...”. Mais tarde, já próximo da idade adulta, assumi como verdade inquestionável que este “Sopro de Vida” se referia à Alma e, para complicar ainda mais, não consegui perceber com clareza a diferença entre Alma e Espírito, prevalecendo o entendimento que são a mesma coisa. Você pode me ajudar a superar esta confusão?

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    1. Z.G. — Bota confusão nisso!!! Eu também frequentei a Catequese preparatória da Primeira Comunhão, de modo que compartilho com você esse entendimento, mas como ousei “olhar por cima do muro” para ver o que tem do outro lado, acabei me deparando com entendimento divergente daquele que nos foi oferecido na primeira infância. Não sei se ajuda, mas vou repartir com você o que encontrei, deixando as conclusões por sua conta:
      Ao folhear o livro “Ser Total, Vol. II”, na página 481 encontrei a seguinte informação:

      “Este Ser, que agora eu sabia era o Ser Divinal vinculado ao corpo daquela senhora sentada no banco de uma praça de Paris, assumiu uma expressão afável e acolhedora, deixando-me a certeza de que me acolheria em seu interior, da mesma forma como o fazia o DP da pessoa à qual pertenço, responderia meus questionamentos e se deslocaria a qualquer parte daquele corpo, levando-me em seu interior, de modo a me proporcionar o conhecimento que procuro.”
      E na pg. 486: “– Pode me dar a conhecer sua atuação neste corpo, propiciadora da recuperação da saúde?
      – Posso. Mas para isso teremos de nos deslocar a algumas partes dele e você só poderá fazer isso se estiver integrada em mim. Aceita esta condição?”
      Nas páginas seguintes pode-se ler um diálogo altamente esclarecedor, mas bastante extenso para ser reproduzido aqui. Vale a pena conferir.

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    2. G.D. Conforme você indicou, valeu mesmo a pena conferir, me esclareceu um montão de questões, até algumas que eu ainda não tinha formulado.
      Mas uma insiste em desafiar o meu entendimento, e olha que eu li um montão de vezes, mais de dez, e a cada leitura o texto revelava algo que eu não tinha percebido antes, mas mesmo assim preciso da sua ajuda para me conformar com o entendimento predominante...
      Z.G. Vá direto ao ponto, por favor, estou ficando curioso e começo a perder a paciência de tanto rodeio sem dizer o que o angustia.
      G.D. Você tem razão, mas é que nem sei por onde começar nem como lhe explicar o que quero saber.
      Z.G. Explique de qualquer jeito, sem se preocupar se eu vou entender ou não...
      G.D. Então lá vai: Eu fui um pouco mais longe do que você indicou e na página 502 do Vol. II, você descreve o que aconteceu com o Espírito da Senhora francesa de origem nobre quando esta morreu. Da mesma forma, na página 523 do mesmo livro descreve o que aconteceu com o Espírito do Pastor negro do subúrbio de Nova Iorque quando este morreu, deixando claro a diferença entre o que acontece com um e com o outro.
      A pergunta é: Por que o Espírito do Pastor negro foi recebido na esfera formada pelos pensamentos de Jesus Cristo e o Espírito da Senhora Francesa ficou retido na camada redentora da separatividade, passando a fazer parte do grupo e espíritos portadores desta marca?
      Z.G. Observe que o Pastor pregava o Evangelho em praça pública, com uma Bíblia na mão, mas nem sequer a abria, sua Pregação expressava o melhor entendimento que conseguiu elaborar do texto bíblico, sem qualquer interferência nem assédio de Espíritos em processo de redenção; enquanto a Senhora Francesa era constantemente assediada por Espíritos em fase redentora da vaidade, da inveja da mentira...
      G.D. Mas espera aí. A Senhora Francesa era rica, culta, de descendência nobre, enquanto o Pastor era pobre, meio analfabeto (sabia ler mas tinha dificuldades para entender o que lia). Não devia ser ela e não ele quem teria mais facilidades para se deslocar pelo Plano Absoluto e ir ao encontro de Nosso Senhor Jesus Cristo?
      Z.G. Repare, caro Gaston, que o Pastor, em sua simplicidade e pureza de intenções expressava de forma autêntica, não só o que sua mente pensante produzia, mas também e principalmente o que seu componente de Natureza Divina (seu DP) lhe transmitia...
      G.D. Agora complicou de verdade! Estou confuso, Preciso de um tempo para acomodar isso na minha "caixola". Depois eu volto...

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    3. G.D. Voltei. Se eu entendi direito, depois da morte do corpo o Espírito tem de passar de um processo de purificação, ou melhor, de eliminação das marcas que a vida encarnada lhe produziu, é isso?
      Z.G. Isso mesmo. Você entendeu direito sim, e expressou esse entendimento melhor do que eu conseguiria fazê-lo.
      G.D. Agora você exagerou, mas deixa pra lá! Também entendi que a Senhora francesa ficou retida na esfera da separatividade porque ela se considerava diferente de outras pessoas, superior a umas, inferior a outras, desprezava a humilhava as "inferiores" e idolatrava as "superiores". Numa palavra, comportava-se como se fora diferenciada dos demais, é isso?
      Z.G. Mais uma vez você mostra que assimilou o conhecimento com a profundidade que contém. Acho que não tenho mais nada para lhe dizer.
      G.D. Tem sim. Agora você não se livra de mim com tanta facilidade.
      Eu quero saber se as marcas vão impregnando o Espírito à medida que a pessoa vai cometendo seus delitos?
      Z.G. Não. Os delitos ficam retidos, cada qual no grupo de neurônios a que o delito está vinculado, e só são transferidos para o Espírito quando do falecimento do corpo.
      G.D. Como assim "a que o delito está vinculado"?
      Z. G. Conforme demonstrado antes, a mente humana é formada por numerosos grupos de neurônios, todos interligados, mas cada grupo é especializado em determinada função. Assim, o grupo que elabora a arte de mentir, retém os delitos da mentira; o de roubar, os delitos do roubo; o de matar, os delitos do assassinato; o de suicidar, o do suicídio...
      G.D. Chega, chega! Já entendi tudo. São as marcas destes delitos que atraem os espíritos em redenção ainda propensos a estas práticas?
      Z.G. Mais uma vez você se superou e explicou o assunto melhor do que eu.
      G.D. Pode parar com isso. Eu não preciso dos seus elogios.Só quero saber por que estas marcas só são transferidas na hora da morte?
      Z.G. Porque antes deste momento, o Espírito precisa se manter limpo e puro, para que possa realizar seu trabalho no corpo a que está vinculado, se comunicar com os Seres Divinais em condições cósmicas e poder sair do corpo temporariamente e se deslocar pelo Plano Absoluto.
      G.D. Quer dizer que o Espírito marcado por transgressões não pode se deslocar pelo Plano Absoluto?
      Z.G. Pode e o faz obrigatoriamente depois da morte do corpo, mas com as restrições e dificuldades que cada marca lhe impuser.
      G.D. Ih! complicou de novo. Preciso de um tempo...

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  34. G.D. Estou pronto, podemos continuar?
    Z.G. Eu só estava à espera deste momento...
    G.D. Então me explique a natureza das restrições ao deslocamento pelo Plano Absoluto provocadas pelas marcas das transgressões.
    Z.G. Conforme indicado antes, cada transgressão cometida pela pessoa vai marcar o espírito que habita nela. Assim, as mentiras produzem marcas de natureza mentirosa; o roubo, de natureza ladra, o assassinato, de natureza assassina; o suicídio, de natureza suicida e assim por diante. É bom notar que...
    G.D. Já entendi tudo. Agora só falta explicar qual transgressão produz marcas mais fortes, que vão oferecer dificuldade maior ao deslocamento.
    Z.G. A transgressão que produz marcas mais densas e profundas é o assassinato, vindo logo a seguir, com densidade semelhante, o suicídio. Mas não é a gravidade do delito que produz maior ou menor dificuldade ao deslocamento pelo Plano Absoluto. Esta é o resultado de todas as marcas, ou seja...
    G.D. Então não entendi. Se o assassino e o suicida são portadores das marcas mais densas por causa do mal que fizeram, tanto a si como a outros, não seria de esperar que estas marcas criassem maior dificuldade do que uma simples mentira, muitas vezes inocente e sem causar mal nenhum?
    Z.G. Tem sentido lógico esta sua dedução, mas não é bem assim que acontece. O deslocamento do Espírito pelo Plano Absoluto depois da morte do corpo, é conduzido por um Ser Espiritual em condições cósmicas, que neutraliza parcialmente as dificuldades impostas pelas marcas das transgressões. Assim...
    G.D. Espera aí, está ficando confuso e eu não posso deixar passar nada sem que eu entenda: O que é um "Ser Espiritual em condições cósmicas"? Mas não responda agora. Me dê um tempo para eu digerir o conhecimento acima.

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