Neste
contexto, para os gregos equivale dizer “bem-estar” ou felicidade
genuína, aquela que deriva do que cultivamos e/ou que trazemos ao
mundo, de forma não condicionada e não modulada pelas
circunstâncias externas.
O bem-estar é o resultado de quatro
inteligentes equilíbrios:
Equilíbrio Conativo (Carga de
afetividade e expressividade) – refere-se a discriminar intenções
e desejos e alinhá-los ao cultivo do bem-estar de si mesmo e dos
outros
Equilíbrio da Atenção – equivale a “afinar o
instrumento” da nossa atenção para que possamos focar no que
realmente importa.
Equilíbrio Cognitivo – a inteligência
desenvolvida aqui é a de perceber da forma mais clara possível o
que a realidade está nos apresentando, identificando o papel do
observador na interpretação da realidade.
Equilíbrio Afetivo
– nosso bem-estar é diretamente influenciado pela qualidade das
nossas relações e emoções. Aqui cultivamos um novo olhar para nós
mesmos e para os outros. (Exemplo: saiba perdoar a si mesmo)
Amados Irmãos, é de bom alvitre que pensemos no que vamos
dizer antes de abrir a boca, principalmente quando o coração
estiver tomado de desarmonias negativas. Procure ser manso, fiel às
energias harmoniosas. Desenvolva a arte de não agredir, seja gentil.
Lembre-se que agressão é o reflexo daquilo que ainda não venceu em
si mesmo.
Busque a tolerância antes de emitir um único som.
Lembremos que todos são passiveis de cometer enganos. Se não temos
nada de bom e verdadeiro ou útil a dizer, é melhor ficar em
silêncio. Como sabemos, o silêncio não comete enganos.
Observe
e reflita, em tudo há encadeamentos e consequências. Estamos
mergulhados num mar de energias: tudo flui, como nossos pensamentos,
emoções, palavras e ações. Entretanto, no Universo existem leis
que zelam pela harmonia, como a lei de causa e efeito. Pelo que
sabemos, poucos são os que se posicionam fora de seu longo braço,
tanto no agora como ao longo dos séculos. Precisamos entender que
tudo retorna ao desarmonizador. Assim, a alma ou espírito
consequentemente ficam presos pelas energias que geraram. A causação
se manifestará em diferentes circunstâncias ao longo de nossas
vidas. Desta forma, consideremos que convergimos para nós o que
somos ou que semeamos, positivamente ou negativamente. Se
convergirmos êxitos teremos êxitos, se convergirmos fracassos,
teremos fracassos. Na verdade somos resultado do que pensamos e
consequentemente de muitas ações atreladas ao pensamento construtor
ou destruidor.
Pelo entendimento das Leis do equilíbrio,
devemos aprender a ser harmoniosos tanto quanto possível, refletindo
sobre cada pensamento, ou seja, livre de emoções incoerentes com
nossa verdade espiritual. Desta forma, já podemos perceber que fomos
feitos para expressar luz, conquistar o equilíbrio e
consequentemente o Universo.
Precisamos evitar a necessidade
de se impor, sejamos mais plurais, evitando o egocentrismo.
Procuremos ser mais fluídicos; sem causar indesejáveis incômodos a
ninguém. Se desejarmos a verdadeira liberdade, estes entendimentos
serão fundamentais. Entendamos, para ser “iniciado” no plano
mental superior, serão necessários muitos séculos de esforço.
Equivale a andar anos sobre papel de seda sem rasgar.
Não
devemos nos dar demasiada importância; sejamos humildes, pois quanto
mais nos mostramos superiores ou prepotentes mais nos tornamos
prisioneiros da personalidade rasteira. Assim, passamos a viver num
mundo de tensão para manter nossa imagem, por vezes, ou quase
sempre, muito mentirosa em função do ego. O ego tem uma
mentalidade separatista, assim, desobedecendo à lei do equilíbrio.
Entendamos, se alguém não concorda com sua verdade isto não tem a
menor relevância. Sabemos que a verdade prevalece sempre sobre a
mentira. Não se preocupe, é como diz o ditado: “Ninguém pode
tapar o sol com a peneira”. Do mesmo modo, os homens mais cultos
reconhecem a verdade sem esforço. Ao passo que os ignorantes, serão
vitimas de si mesmos e, nesse aspecto, pouco se pode fazer, eles
preferem viver se enganando incansavelmente. Teimosos até que as
dores os libertem.
Percebamos que ser discreto evita olhares
defeituosos sobre nós: o importante será preservar nossa comunhão
com o Divino. Assim nos libertamos da necessidade da opinião alheia
e teremos uma vida mais equilibrada. Não devemos entrar em
competições verbais, preserve o equilíbrio; a paz é sempre
restauradora. Nutra os “adversários” sempre com sentimentos de
compreensão, pois sabemos que o ego adora um campo de batalha, suas
armas são extremamente sofisticadas e pestilentas, o que acarreta
uma deterioração da alma. O ego tem ao seu favor anos de
aperfeiçoamento simbiótico com personalismos errantes.
É
importante entender que o silêncio interno acalma a mente e nos
permite agir com mais discernimento. Assim, devemos nos livrar dos
impulsos impensados, digo, de todos os inimigos da paz e
consequentemente da saúde psíquica. Portanto, evite decisões
conflitantes. Em muitos momentos, não teremos condição de mudar o
mundo ou compreendê-lo em um só tempo. Munamo-nos de melhores
decisões, mas se estivermos errados, devemos aceitar nossos erros.
Siga em frente, lembremos que não dominamos toda a verdade. Cada ser
foi feito para se completar no outro enquanto não atinge toda
iluminação para abranger seu próprio universo interior.
É
necessário compreender que não saber gera um incomodo muito grande
para o ego. Ele pensa que sabe tudo, luta para manter seu território
sem invasores principalmente os que ameaçam desmascarar sua
rotineira farsa. O ego apenas se empluma para esconder sua
inferioridade, assim como um pavão quando se depara com uma possível
pretendente.
Procuremos compreender antes de condenar, ou
fazer críticas desnecessárias, por vezes até humilhantes;
busquemos antes a imparcialidade honesta em nossos juízos. Saiamos
da dualidade observando a verdade de cada um. Lembremos que uma mesma
verdade pode ser vista por diferentes ângulos, nem por isso perde
seu caráter verdadeiro. Portanto, cuidado com os radicalismos ou
obliterantes vaidades no pensar. Cada vez que julgamos, podemos
correr o risco de expressar nossa própria ignorância. Por vezes, só
estamos escondendo nossas próprias fraquezas principalmente quando
gritamos mais alto que o outro.
Pelo que podemos perceber,
a prudência será evitar pisar em areias movediças: ponderemos
nossos passos ou palavras com valores que nos ergam acima dos erros
sistemáticos humanos, ou seja, levantando templos às virtudes e
cavando masmorras aos vícios.
De maneira geral, deixemos que
cada um resolva as suas problemáticas existenciais, concentremo-nos
em nossa própria vida, mas sem sermos egoístas. Lembremos que nem
todos estão prontos para aceitar ajuda, muitos ainda são refém do
orgulho.
Não dê tanta importância às opiniões alheias,
evite fomentar energias negativas. Não alimente as fogueiras
insanas. Deixe os tolos com suas próprias tolices. Percebamos que
não necessitamos convencer ninguém, principalmente os detentores de
exacerbadas vaidades intelectuais. Pratique a arte de não falar, o
ego tem o péssimo costume de tagarelar sem a menor consciência do
que fala.
Prefira sempre o equilíbrio amoroso, ele é sempre
honesto e tem por excelência comover a Graça Divina. Quem a tem,
atrai para si alguns “milagres” ou melhores realizações na
vida. Neste aspecto, o equilíbrio é fundamental, pois sobreleva o
ser ao patamar de maiores vibrações.
Converta-se no mestre de si mesmo.
André Ayres.*.
Obs: Este trabalho parcialmente baseado através da filosofia
do TAO.
Taoismo / Cultura chinesa, doutrina mística e
filosófica formulada no Século VI a.C. por Lao Tse e desenvolvida a
partir de então por inúmeros epígonos(discípulo de um grande
mestre), que enfatiza a integração do ser humano à realidade
cósmica primordial, o tao, por meio de uma existência natural,
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